Violência contra a mulher mobiliza lideranças femininas

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Protesto contra o feminicídio e violência contra mulheres. Foto: Agência Brasil
Herminia, Malini, Janete e Soraya: reação à onda de violência contra a mulher. Foto: Divulgação

Segundo dados divulgados pela Coordenadoria Estadual de Varas da Violência Doméstica contra a Mulher, durante o carnaval 2019 foram registrados 84 lesões corporais, 60 ameaças, nove descumprimentos de medidas protetivas, 10 estupros, duas tentativas de homicídio, quatro crimes de importunação sexual e 27 prisões em flagrante por lesão corporal. Esses números ainda devem aumentar, conforme os registros forem confirmados por parte das vítimas.  

Com esses números considerados alarmantes de violência contra a mulher, autoridades femininas capixabas se mobilizam para uma série de ações com o objetivo reduzir esses índices.

Uma dessas ações está marcada para o dia 21, na Assembleia Legislativa. Iniciativa da Procuradoria da Mulher na Casa, uma sessão vai marcar o debate em torno do tema e contará com representantes de diversos segmentos organizados. Quem explica é a presidente da Procuradoria, deputada Janete de Sá (PMN).

“Essa situação tem crescido em todo o país. No estado, o problema se agrava especialmente na Grande Vitória, onde a Serra possui índices alarmantes. Identificamos que o homem não está conseguindo acompanhar a evolução da mulher capixaba, cada vez mais em busca de emancipação econômica e educacional”, analisou.

Já no próximo dia 11 tem início a 13ª Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa. Em seguida, nos dias 12, 13, 14 e 15, o ônibus rosa vai ficar na pracinha da Prainha, em Vila Velha, disponibilizando medidas protetivas às vítimas.

De acordo com a juíza titular da Coordenadoria Estadual de Varas da Violência Doméstica contra a Mulher, Hermínia Azoury, os números são realmente consideráveis. “A Serra precisa de mais políticas públicas, como as desenvolvidas em Vitória”, criticou.

Na Serra, as ações para o combate à violência doméstica têm início nesta sexta-feira (8), quando servidores da Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher (Seppom) estarão nas ruas para conversar com a população.

Titular da secretaria, Luciana Malini disse, ainda, que no dia 28 de março tem início a campanha “Quem Ama, Abraça Fazendo Escola”, e que haverá um treinamento destinado a professores da rede municipal, em abril.

“A Lei Maria da Penha está funcionando no que é da sua competência; nos relacionamentos humanos a gente busca ajuda. A Serra cumpre seu papel oferecendo atendimento à mulher que se encoraja a buscar ajuda”, avaliou.

A deputada federal Soraya Manato (PSL) opinou sobre os recentes números da violência contra a mulher. “O aumento nos feminicídios é porque esses problemas deixaram de ficar no privado, e as mulheres foram encorajadas a denunciar. Por isso houve esse aumento. Na realidade, as mulheres estão sendo encorajadas a denunciar. Elas têm uma proteção maior, mas ainda não é total, porque isso ainda tem que ser muito trabalhado”, apontou.

Justiça e polícia

Segundo dados do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, no estado existem seis varas especializadas em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, localizadas em Vitória, Vila Velha (2), Serra, Cariacica e Linhares. Conforme a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), no Espírito Santo, atualmente há delegacias especializadas de atendimento à mulher (DEAMs) nos municípios de Vila Velha, Vitória, Cariacica, Serra, Viana, Guarapari, Linhares, Nova Venécia, São Mateus, Venda Nova do Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim, Aracruz e Colatina. Além disso, há a Delegacia de Plantão Especial da Mulher da Região Metropolitana (PEM), todas subordinadas à Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-DEAM).

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Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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