
Moradores da praia de Bicanga salvaram e devolveram para o mar sete tartarugas presas a rede de pesca na manhã desta quinta-feira (15). Os animais estavam se debatendo e tentando se soltar da rede e foram avistados pela dona de um quiosque que fica no balneário, que diante da situação procurou por ajuda.
O vice-presidente da Associação de Moradores do bairro, Mário Celso dos Santos, foi uma das pessoas acionadas por Michele para tentar solucionar o problema. As tartarugas foram avistadas pela empresária por volta das 9 horas e às 11 horas começou o resgate.
De acordo com Mário, foi feito contato com a Fiscalização de Meio Ambiente da Serra que esteve no local ajudando a salvar as tartarugas jovens que pesavam cerca de 4 a 5 quilos. Na rede também veio um peixe, da espécie Sargo.
“Como não tínhamos um suporte de barco, fomos no braço mesmo, nadando e trouxemos elas para a areia, onde começamos a cortar a rede e soltar elas”, conta Mário.
De uma a uma, as tartarugas da espécie Caretta caretta, popularmente conhecida como tartaruga cabeçuda, foram retiradas da rede e devolvidas ao mar. Participara da ação de salvamento, outros seis moradores: Eduardo, Dimitrio, Alcidiney, Gustavo e Michele.

“Foi a primeira vez que participei de um resgate como este. Confesso que fiquei emocionado. Foi uma experiência que me encheu de gratidão, compaixão e uma imensa sensação de dever cumprido. Hoje, tive a oportunidade de salvar sete preciosas vidas marinhas presas em uma rede de pesca. Que essas sete tartarugas, agora livres para nadar em águas seguras, sejam um lembrete constante de que, com um gesto de amor e coragem, podemos fazer a diferença. Nós temos o poder de ser a mudança que o mundo precisa. Juntos, podemos proteger e preservar a beleza e a diversidade do nosso planeta, para as gerações futuras”.
Vídeo | Moradores resgatam sete tartarugas presas em rede de pesca na Serra ????????☀️ pic.twitter.com/ykJWWYAq1L
— Jornal Tempo Novo – Serra/ES (@portaltemponovo) June 15, 2023
Sobre a espécie
De acordo com o biólogo Cláudio Santiago, a espécie Caretta caretta é muito comum no litoral da Serra e o uso de rede de pesca é crime ambiental. “A fiscalização precisa verificar de onde vem estas redes e tem muita rede naqueles recifes. Não é nada raro de ver e precisamos ter uma fiscalização mais constante, pois redes de pesca e lixo no mar, são as maiores causas de mortes destes animais. Isto é criminoso e ilegal”.
Santiago disse que as tartarugas se alimentam de algas, principalmente encontradas próximas a corais e recifes e a Serra é rica neste tipo de alimento. “Elas se alimentam muito de algas, água viva, e temos muito farto alimento ali. Estas que felizmente foram salvas, estão na fase oceânica e não vem para a terra. Elas só vêm para terra para desovar, na fase adulta, desova e volta para a praia que ela nasceu. Projeto Tamar faz um trabalho importantíssimo para proteção destes animais e nós temos que fazer nossa parte também”.
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As tartarugas Caretta caretta, chegam a aproximadamente um metro e podem pesar até 150 quilos, e vivem mais de 100 anos. Naturalmente vivem em alto mar e no período de desova, as tartarugas marinhas saem à noite e vão até o limite da maré cheia para depositar seus ovos. Somente as fêmeas vão até à praia.
A época de desova é regida principalmente pela temperatura, ocorrendo nos períodos mais quentes do ano. No litoral brasileiro, acontece entre setembro a março, com variação entre as espécies.
Como denunciar
Avistou rede de pesca, boia no mar ou animais marinhos presos a rede de pesca? O contato pode ser feito direto com a Fiscalização de Meio Ambiente por meio dos telefones (27) 3291-74-35 ou (27) 99951-2321.
Os números também atendem outras demandas de denúncias de animais silvestres, para resgate e outros assuntos relacionados ao tema.

