Vídeo | Contarato e Moro se enfrentam e trocam acusações em sessão nervosa do Senado nesta quarta-feira (29): pic.twitter.com/7V6QcHvx6v
— Jornal Tempo Novo – Serra/ES (@portaltemponovo) March 30, 2023
Durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, nesta quarta-feira (29/3), os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Sergio Moro (União-SP) tiveram uma acalorada discussão. O embate ocorreu durante o debate de um projeto de lei que busca proibir a contratação de pessoas condenadas por crimes hediondos pela Administração Pública.
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Contarato, um delegado da Polícia Civil de carreira, relembrou o caso da prisão do ex-presidente Lula e afirmou que Moro “não atuou como um juiz” e o chamou de “pior chaga”, referindo-se à sua atuação durante a Operação Lava Jato. Contarato questionou o “valor” de Moro e fez referência à prisão de Lula, que passou “580 dias preso ilegalmente”. Segundo o senador, Moro usou de suas funções para levantar o sigilo de Dilma Rousseff e atuou politicamente para interferir nas eleições de 2018, a fim de impedir que Lula participasse do pleito.
“Ele violou o contraditório e a ampla defesa. Ele violou o que é mais sagrado dentro do processo penal. Os fins não justificam os meios. Não agiu como um juiz. Não satisfeito, Moro integrou o Ministério da Justiça do governo que ele ajudou a eleger e saiu denunciando interferência na Polícia Federal. Na esfera privada, Moro passou a advogar para uma empresa que foi o principal alvo da operação. Devemos preservar um dos principais bens jurídicos, que é a liberdade”, disse Contarato. “Foi reconhecido que o senhor foi suspeito. Isso é o pior”, acrescentou.
Moro se defendeu e afirmou que Lula foi condenado por “roubar a Petrobras”, mas deixou claro que seu papel como senador não é discutir a Operação Lava Jato. “Fui eleito para defender pautas, não para debater a Lava Jato. Repudio as palavras ofensivas do senador Contarato contra mim. Não vou mencionar aqui o roubo de R$6 bilhões da Petrobras durante o governo do PT, seu partido. Também não vou mencionar que a condenação do ex-presidente foi feita por três juízes em Porto Alegre e por cinco juízes no STJ. A anulação posterior foi por questões formais. Ninguém declarou o presidente inocente”, declarou.
A discussão começou após Moro propor uma emenda ao projeto, sugerindo que os crimes contra a Administração Pública fossem incluídos na lista de delitos que impedem uma pessoa de assumir cargos no poder público.

