Meio Ambiente

Vazão de rio cai e ‘fantasma’ da falta d’água volta a rondar a Serra

Trecho do Santa Maria no Queimado onde é feita a captação para atender a Grande Vitória. Crédito: Bruno Lyra 24/08/22

Principal fornecedor de água para o morador, as empresas e indústrias da Serra – incluindo as gigantes Vale e ArcelorMittal Tubarão – o rio Santa Maria da Vitória está com a vazão baixa. Na última quarta-feira (24), do manancial escorria pouco mais de 4 mil litros por segundo, indica a Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH). E mais da metade disso era captado pela Cesan, sobrando pouca água para descer até a baía de Vitória.

O Tempo Novo esteve no trecho do rio onde a Cesan capta a água, localizado na região de São José do Queimado, zona rural da Serra que fica junto ao limite com Cariacica. O próprio rio delimita o território dos dois municípios.

A baixa vazão é resultado direto da estiagem que atinge o ES. E apesar do Santa Maria não ter descido a níveis observados na superseca de 2015 e 2016, quando a cidade enfrentou rodízio no abastecimento de bairros, a situação preocupa. Primeiro porque não há previsão de chuvas significativas nas próximas semanas. Segundo porque a vazão atual já está bem abaixo da média histórica do Santa Maria para agosto, que é de 7,5 mil litros por segundo.

No vídeo com imagens do manancial feito na última quarta-feira, dava para ver muitas pedras expostas e o espelho d’água com pouca profundidade na região do Queimado, além da vegetação ressecada no entorno pela falta de chuva. Também é possível visualizar os canais para onde parte da vazão é desviada para a água ser levada até a Estação de Tratamento de Água (ETA) em Carapina. Confira abaixo:

É bom lembrar que além de grande parte da Serra, o Santa Maria também fornece água para a parte continental de Vitória e bairros de Cariacica na região da Rodovia do Contorno (BR 101). E o Complexo de Tubarão (Vale e ArcelorMittal) é o principal consumidor individual das águas do Santa Maria.

A última informação passada pela Cesan ao Tempo Novo, indica que a empresa capta cerca de 2,5 mil litros d’água por segundo do Santa Maria. Destes, cerca de 500 litros são bombeados brutos para a ArcelorMittal Tubarão, o restante vai para a ETA de Carapina, para posterior distribuição.

Rio Reis Magos, na Serra

Após a traumática superseca de 2015/2016 o Governo do ES construí sistema de captação, tratamento e distribuição no rio Reis Magos para reforçar o abastecimento da Serra e reduzir um pouco a pressão sobre o rio Santa Maria, que já vinha dando sinais de esgotamento há anos.

Hoje o sistema Reis Magos produz cerca de 500 litros por segundo (dado da Cesan) e atende a região da Serra Sede e entorno. Ocorre que o Reis Magos é um rio de menor porte. Segundo a própria Cesan tem vazão média de cerca de um terço do que flui no Santa Maria. E ainda sofre problema de salinização na sua captação, localizada em Putiri, zona rural da Serra. Problema que a Cesan já disse ter resolvido. Entenda.

A Agerh não disponibiliza dados de vazão atualizada do Reis Magos em seu site, como faz com os rio Jucu e Santa Maria, dois principais fornecedores de água para a região metropolitana da Grande Vitória.

Estiagem faz Governo declarar situação de atenção

A seca que atinge a Serra se estende pelo Espírito Santo e estados vizinhos. Tanto que o governo capixaba baixou, no último dia 12, decreto declarando estado de atenção para escassez hídrica.

A medida traz recomendações para economia de água por parte das companhias de saneamento, agricultures e outros grandes usuários, mas ainda não prevê medidas punitivas e nem restrições legais. No entanto, medidas mais duras podem vir a ser adotadas caso o cenário se agrave, como já ocorreu em anos anteriores.

Cesan

O Tempo Novo perguntou à Cesan se já está no horizontes restrições ao abastecimento da Serra, incluindo medidas como rodízio. Questionou também como está o reservatório na represa da hidrelétrica de Rio Bonito, localizado no rio Santa Maria no município de Santa Maria de Jetibá, cuja reserva d’água visa atender a Grande Vitória em tempos de escassez. Mas até o momento desta publicação a empresa não respondeu.

Redação Jornal Tempo Novo

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