
O suspeito de matar a enfermeira da Serra, íris Rocha da Silva, de 30 anos, foi preso na tarde desta quinta-feira (18). Cleilton Santana dos Santos, ex-namorado da vítima, foi detido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-101.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito estava em um carro juntamente com seu advogado quando foi abordado em um posto da Polícia Rodoviária Federal na cidade de Viana.
Cleiton alegou que estava a caminho de Alfredo Chaves, onde iria se entregar para a polícia.
Na tarde desta quarta-feira (17), a Polícia Civil conduziu buscas na residência do ex-namorado de Íris Rocha. O suspeito reside no Bairro de Lourdes, em Vitória.
Conforme informado pelo Jornal Tempo Novo, em outubro de 2023, Íris havia registrado um boletim de ocorrência por violência doméstica contra Cleilton.
Enfermeira da Serra foi à polícia denunciar namorado 4 meses antes de ser morta
Em outubro de 2023, a enfermeira de 30 anos, Íris Rocha de Souza, dirigiu-se à polícia para fazer um boletim de ocorrência contra seu até então namorado. A denúncia feita quatro meses antes de sua morte, ela alegou ter sido agredida pela primeira vez por não ter compartilhado um detalhe sobre seu trabalho.
Seu parceiro, enfurecido, teria aplicado uma técnica de estrangulamento conhecida como “mataleão” na própria cama do casal, embora o local exato não tenha sido mencionado no boletim de ocorrência.
Íris desmaiou durante a agressão, conforme consta no relato policial. Quando retomou a consciência, já no chão do quarto, notou sangramento no nariz e tosse.
Naquele momento, de acordo com Íris, o agressor estava ao seu lado, ajudando-a a se levantar, levou-a ao banheiro e cuidou dela.
Posteriormente, conforme registrado no boletim, ele pediu desculpas e ambos se dirigiram à casa da família dele.
Pouco tempo depois, Íris procurou a polícia. Ela também mencionou na ocorrência que havia sido ameaçada anteriormente pelo mesmo homem com uma arma de fogo durante um episódio de raiva.
O boletim de ocorrência ainda indicava que a enfermeira expressou o desejo de receber suporte psicológico, acompanhamento tranquilizador, processar criminalmente o agressor e obter uma medida de proteção.
Durante o funeral, amigos afirmaram que, durante o namoro, Íris alterou seu comportamento, passando a usar roupas mais fechadas e se distanciando de amigos.
Relembre o crime
Aos 30 anos, a enfermeira moradora da Serra, Íris Rocha de Souza, foi encontrada morta em uma estrada de chão de Alfredo Chaves, na quinta-feira passada (11). Ela estava grávida de oito meses.
A vítima apresentava duas perfurações no peito e estava coberta com cal, um material usado em construções. A notícia chegou aos familiares somente na segunda-feira (15), quando foram identificar o corpo no Serviço Médico Legal (SML).
Irís morava sozinha em Jacaraípe, na Serra.
De acordo com a Polícia Militar, um policial fora de serviço encontrou o corpo da vítima pela manhã da quinta-feira na área de Iracema, em um caminho de terra entre Matilde e São Bento de Urânia.
Foi complicado identificar a vítima devido à cobertura de cal, mas foi confirmada a existência de dois ferimentos de bala. No local, foram achadas cinco cápsulas de pistola calibre .40. O corpo foi levado para o SML de Cachoeiro de Itapemirim, mas a família só foi notificada na segunda-feira.
Enfermeira da Serra estava cursando mestrado na Ufes
Íris estava cursando mestrado em Ciências Fisiológicas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que emitiu uma nota lamentando o ocorrido. A nota destacou as lições de coragem e resistência deixadas por Íris, além de seu sorriso marcante.
O funeral da enfermeira será realizado na manhã desta terça-feira (16), no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, onde será sepultada.

