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Sindicato teme demissões na Serra e no ES com queda de produção na Vale

 

Entre funcionários próprios, terceirizados e rede de fornecedores, a Vale gera 12 mil empregos no ES, diz sindicato. Foto: Divulgação Vale

O Sindicato dos Metalúrgicos (Sindimetal) teme que a queda de produção de minério de ferro na Vale por conta do rompimento da barragem de Brumadinho e a paralisação de várias lavras em Minas Gerais, por risco de colapso em outras barragens, possa gerar desemprego e outros impactos econômicos na Serra e no Espírito Santo.

Duas empresas situadas em solo capixaba que dependem do fornecimento da Vale – as siderúrgicas CBF, em João Neiva, e Santa Bárbara, em Cariacica – chegaram a ter as atividades paralisadas por falta de matéria-prima. Em uma delas, os funcionários chegaram a assinar aviso prévio, mas a produção foi retomada antes que as demissões se consumassem. 

Na Serra, a ArcelorMittal Tubarão, principal cliente da mineradora, disse não ter sido afetada; porém, não esconde a preocupação ao declarar que espera que a mineradora priorize seus parceiros locais.

De acordo com o presidente do Sindimetal, Max Célio de Carvalho, o sindicato tem atuado para tentar evitar demissões. “Todas as empresas do setor no estado são abastecidas pela Vale. Duas chegaram a ficar sem fornecimento: a CBF e a Santa Bárbara. Na CBF, os funcionários chegaram a assinar aviso, mas o sindicato atuou e a Vale voltou a fornecer minério”, explica.

Max acredita que a crise é especulativa, mas também diz que o sindicato está acompanhando de perto a situação. “A Vale é uma gigante. Só nela são 5 mil funcionários e mais mil terceirizados. Se considerar os fornecedores, o número chega a uns 12 mil. A empresa é importante para a economia do estado e do país, mas precisa se responsabilizar por tudo o que aconteceu. Os funcionários não podem pagar por isso. Se falar em demissão, o sindicato vai conversar com a categoria para paralisar a produção”, pontua.

Para ele, a ameaça de redução na produção da empresa tem objetivos maiores. “A Vale diz que vai reduzir a produção para pressionar empresários e o setor público de forma que não saia tão prejudicada depois das duas tragédias, a de Mariana e de Brumadinho. Isso também eleva o valor do minério, que já está sendo vendido a U$ 80 a tonelada”, aponta.

Preço do minério

Ele afirma que antes do rompimento da primeira barragem de rejeitos há três anos, em Mariana, o preço do produto estava em baixa. “Entre 2011 e 2014, o lucro das vendas de minério caiu muito, de U$180 a tonelada para U$ 46 aproximadamente, sendo que o custo de produção é em torno de U$ 30. A própria Vale já estava com duas usinas paradas e a Samarco estava com contingência de custo de R$ 35 milhões. Então, essa crise que se ventila no momento é especulativa”, diz.

Na semana passada, a mineradora anunciou que poderá vender 20% a menos do que estava previsto para este ano. A previsão era vender 93 milhões de toneladas de ferro, mas agora está em torno de até 75 milhões.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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