Sinais de estresse em cães: você saberia reconhecer?

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Cães com estresse apresentam sinais muitas vezes confundidos com “manha” ou agitação. Crédito: Freepik

Embora muitas vezes invisível aos olhos dos tutores, o estresse em cães é uma condição comum e séria, capaz de comprometer tanto o comportamento quanto a saúde física do animal. Ao contrário do que se imagina, cães não “se acostumam” com situações desconfortáveis: eles apenas desenvolvem formas de lidar ou esconder os sinais — o que pode agravar o quadro ao longo do tempo.

Comportamentos que merecem atenção

Cães estressados apresentam sinais muitas vezes confundidos com “manha” ou agitação. Alguns exemplos:

  • Lambedura excessiva das patas
  • Bocejos frequentes fora de contexto
  • Andar em círculos ou ficar se escondendo
  • Perda de apetite ou vômito sem causa aparente
  • Destruição de objetos durante a ausência do tutor
  • Hiperatividade ou, ao contrário, apatia repentina

É importante lembrar que esses sinais, quando recorrentes, indicam mais do que um mau comportamento — são sintomas de desequilíbrio emocional.

Causas frequentes

As origens do estresse canino variam, mas algumas situações são especialmente comuns:

  • Mudanças na rotina ou no ambiente (mudança de casa, chegada de um novo animal ou bebê)
  • Falta de previsibilidade no dia a dia
  • Solidão prolongada (muito comum em cães que ficam sozinhos por muitas horas)
  • Ambientes barulhentos ou com estímulos excessivos
  • Ausência de estímulos mentais e físicos

Raças mais ativas e inteligentes também tendem a apresentar maior sensibilidade a essas alterações.

 O que o tutor pode fazer?

A boa notícia é que o estresse em cães pode ser evitado e tratado com medidas simples e eficazes:

  • Rotina estruturada: horários previsíveis para alimentação, passeios e momentos de interação trazem segurança.
  • Passeios diários e enriquecimento ambiental: além de caminhar, permita que o cão explore, cheire e interaja com o ambiente.
  • Evitar punições: broncas excessivas só aumentam o estresse. Prefira estratégias de redirecionamento e reforço positivo.
  • Momentos de qualidade: mais importante que a quantidade de tempo com o tutor é a qualidade dessa interação.

Em quadros mais graves, pode ser necessário o acompanhamento com um médico veterinário comportamentalista, que pode indicar terapias complementares ou até suporte medicamentoso, quando for o caso.

Cuidar do emocional também é cuidar da saúde

O bem-estar animal vai além de vacinas, vermífugos e alimentação. Um cão emocionalmente equilibrado vive mais, responde melhor aos estímulos, adoece menos e, acima de tudo, convive de forma muito mais harmoniosa com sua família.

Estar atento ao comportamento do seu cão é um ato de carinho, responsabilidade e prevenção.

Foto de Iris Melo

Iris Melo

Iris Melo dos Santos Cunha Bacharel em Medicina Veterinária pela Faculdade Brasileira Multivix Pós Graduada em Patologia Clínica pela Faculdade Qualittas Médica Veterinária responsável pelo setor de internação

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