Serra tem 210 vagas em cemitérios e trabalha para evitar colapso funerário

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Coveiros com equipamentos de proteção no cemitério de São Domingos. Foto: Divulgação/Prefeitura da Serra/Eduardo Candeias
Coveiros com equipamentos de proteção no cemitério de São Domingos. Foto: Divulgação/Prefeitura da Serra/Eduardo Candeias

Com o triste exemplo do colapso funerário de outras cidades do país e do mundo durante a pandemia da covid-19, a Serra tem se movimentado para evitar que situação semelhante se repita por aqui.

Segundo a Prefeitura da Serra, até a última terça-feira (05) a cidade tinha 210 sepulturas disponíveis nos cemitérios municipais. Na última semana, chamou a atenção a imagem de um trator abrindo novas covas do cemitério de São Domingos, localizado na região da Serra Sede.

Embora a Prefeitura, através de nota divulgada por sua assessoria de imprensa, negue que as novas covas em São Domingos tenha a ver com a pandemia, o fato é que a Serra é campeã em mortes de moradores por coronavírus  no ES – 50 até às 13h desta sexta-feira (08). Número bem superior à 2ª colocada, Vitória que tinha 30 óbitos. E até mesmo Vila Velha, que apesar dos 29 óbitos tem mais pessoas contaminadas que na Serra.

Outro componente de possível pressão sobre os cemitérios da Serra é o fato da cidade abrigar os hospitais públicos com maior número de pacientes internados com a covid-19: O Jayme Santos Neves e o Dório Silva, ambos na região de Laranjeiras.

A reportagem questionou as secretarias municipal e estadual de Saúde se isto não ensejaria a escolha de algum cemitério da Serra como referência na região metropolitana para enterro de vítimas, o que poderia reduzir custos e riscos no translado dos corpos. Mas nenhum dos dois órgãos respondeu.

Fato é que o Governo do Estado instalou contêineres refrigerados para armazenar corpos na área externa do hospital Jayme Santos. E a prefeitura criou regras rígidas em cemitérios administrados por ela. Velórios só podem ser feitos nas capelas se a morte não for por covid-19 e ainda assim com o máximo de 10 pessoas no espaço.  Já os coveiros passaram a trabalhar com macacão especial que cobre a até a cabeça. Máscara e óculos de proteção também passaram a ser usados por esses profissionais.

Em abril, o Comando Conjunto Leste do Exército Brasileiro, responsável por Rio de Janeiro e Espírito Santo, chegou a solicitar a algumas cidades dos dois estados informações sobre a capacidade diária de enterros. Na época a Prefeitura da Serra disse não ter sido demandada pelo Exército.

Atualmente, o município administra seis cemitérios. Carapina Grande, Jacaraípe, Nova Almeida, Pitanga, Santo Antônio e São Domingos, os dois últimos na região da Serra Sede. A cidade tem também um cemitério privado, o Jardim da Paz, no Civit II. Que faz inclusive cremação. Há ainda um pequeno cemitério em Manguinhos, mas este é gerido pela comunidade local.

Confira íntegra da resposta da Prefeitura da Serra aos questionamentos do Tempo Novo  sobre ações para evitar colapso com aumento da demanda por enterros.

A Prefeitura da Serra esclarece que a abertura de novas covas é procedimento rotineiro em todos os cemitérios da cidade, para garantir o direito de todos às vagas, e não há relação com a pandemia de novo coronavírus. Além disso, para que toda a população da Serra tenha direito e acesso às vagas de sepulturas nos cemitérios municipais, após o período de quatro anos também é realizada a exumação e transferência para ossuários, como são chamados os locais para guarda de ossos de pessoas falecidas. O município tem, atualmente, 210 sepulturas disponíveis, já incluindo essas que estão sendo abertas em São Domingos.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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