Serra registra 278 casos de pneumonia e 24 moradores mortos pela doença

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Pneumonia Serra Casos Moradores
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A Serra registrou aumento de casos e mortes por pneumonia. Crédito: Divulgação

A Secretaria de Saúde da Serra registrou, de junho a agosto deste ano, 278 casos confirmados de pneumonia. No mesmo período, 24 moradores da cidade morreram devido a complicações da doença. O número de óbitos registrado em apenas três meses de 2023 já representa 92% do número total de falecimentos em 2022, quando foram confirmados 26.

A subsecretária de Gestão em Saúde da Serra, Rosana Fagundes, explicou que os dados englobam tipos variados da doença, que pode se manifestar tanto por contaminação viral, bacteriana ou motivos adversos e genéticos.

Rosana ainda explicou que a pneumonia não é uma doença de notificação compulsória, ou seja, os profissionais de saúde não possuem obrigatoriedade de informar sua ocorrência. Na prática, isso significa que pode haver outros casos ou mortes não registradas oficialmente.

“Esse levantamento solicitado pelo Tempo Novo foi feito nos atendimentos de unidades de saúde com base na Classificação Internacional de Doenças (CID). No termo pneumonia, estão inclusos inúmeros tipos de pneumonia, inclusive as diversas bacterianas e virais, entre outras”, disse a subsecretária.

Aumento de mortes por pneumonia na Serra

É importante ressaltar que os dados disponíveis mostram um preocupante aumento de mortes causadas pela doença na Serra. Em todo o ano de 2022, foram 26 óbitos. Já em apenas três meses de 2023 (maio, junho e julho) a cidade teve 24 mortes, ou seja, 92% do que foi registrado no ano anterior.

De acordo com especialistas, um dos fatores que pode estar contribuindo para o aumento de mortes é o fato de muitas pessoas ignorarem os sintomas respiratórios e não fazerem o teste para identificar o diagnóstico e tratar a doença corretamente.

Infectologista faz alerta para moradores da Serra

A pneumologista Cileia Martins conversou com o Jornal Tempo Novo e fez alertas para os moradores da Serra devido ao aumento nos casos. De acordo com a especialista, nessa época do ano, é comum o crescimento de casos e óbitos pela doença. No entanto, a pandemia da Covid-19 tende a auxiliar ainda mais no grave avanço das infecções.

“A pneumonia tende a aumentar nessa época porque temos uma variação de clima muito grande, principalmente nesses últimos anos. Ao mesmo tempo em que se tem calor, você tem frio, chuva, são fatores que são favoráveis a penetração de bactérias e de vírus. Tivemos também a pandemia, que foi um quadro viral, onde essas viroses diminuem a imunidade da pessoa e o paciente fica suscetível a ter quadros infecciosos, já que ele não tem uma defesa para essas bactérias”, explicou.

Ainda de acordo com a pneumologista, a pandemia fez com que houvesse uma piora nas comorbidades dos pacientes, o que automaticamente causa quedas imunológicas e facilita a infecção por vírus e bactérias.

“As bactérias são oportunidades. Elas esperam a pessoa ter uma evolução no caso e, com a queda imunológica, causa uma piora no paciente. E temos que lembrar que a pandemia da Covid-19 trouxe uma piora nas doenças, principalmente nas comorbidades. Tivemos aumento de vícios como o cigarro, por exemplo, aumento de obesidade, hipertensão e muita falta de exercícios físicos e boa alimentação”, destacou.

Gripe é agressiva e paciente precisa ter cuidado, alerta médica

Cileia Martins ainda relembrou que os pacientes que possuem quadro gripal devem ter mais cuidados.

Resfriado é um quadro leve, tranquilo e que vai ter um vírus super simples. Mas no quadro gripal são vírus mais agressivos, porque é o Influenza ou a Covid. Então a partir deste momento tem que ter maiores cuidados, principalmente se você tiver comorbidades”, disse.

Por fim, a médica alertou as pessoas para o cuidado diário com a saúde.

“Na pandemia, muitas pessoas passaram a não se alimentar direito, a não fazer exercícios, abusando demais de carboidratos e de gorduras e piorando os quadros. As depressões também levam a vícios, como o cigarro, que aumenta a complicação pulmonar. Essas pessoas já favoreceram a piora. As doenças são oportunistas, temos que se cuidar, se alimentar direito, manter a casa arejada e sempre procurar um médico quando preciso”, finalizou.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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