
A Serra vem enfrentando um crescimento preocupante nos casos de sífilis, uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode ter graves consequências para a saúde das gestantes e dos recém-nascidos. Segundo dados recentes da Secretaria Municipal de Saúde, os registros de sífilis adquirida aumentaram significativamente nos primeiros cinco meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, o que mais chama a atenção é o alarmante crescimento dos casos de sífilis congênita.
A sífilis congênita ocorre quando uma gestante infectada transmite a infecção para o feto durante a gravidez. Durante os primeiros cinco meses de 2023, foram registrados 83 casos deste tipo, em comparação com os 27 casos registrados no mesmo período de 2022. Esse aumento representa um crescimento de quase 207%.
A situação também é preocupante quando se observa o número de gestantes infectadas, que saltou de 179 em 2022 para 249 em 2023, um aumento de aproximadamente 39,1%.
Ainda de acordo com os dados divulgados ao Jornal Tempo Novo, de janeiro a maio de 2023, foram notificados 514 casos de sífilis adquirida na Serra, em comparação com 456 no mesmo período do ano anterior. Esse aumento representa um acréscimo de aproximadamente 12,7% nos casos de sífilis adquirida em relação a 2022.
Riscos da sífilis congênita
A sífilis congênita ocorre quando uma gestante infectada transmite a doença para o feto durante a gravidez. Os impactos dessa condição podem ser graves, levando a complicações no desenvolvimento do bebê e, em casos mais extremos, a óbito. As crianças que sobrevivem ao nascimento com sífilis congênita podem apresentar uma série de problemas de saúde a longo prazo, como deficiências visuais e auditivas, atraso no desenvolvimento neurológico e deformidades ósseas.
Serra intensifica ações
Diante desse cenário alarmante, a Secretaria Municipal de Saúde da Serra afirma estar intensificando as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes. As estratégias incluem a ampliação do acesso aos exames de detecção da doença durante o pré-natal, a realização de testes rápidos nos parceiros das gestantes e a oferta de tratamento adequado para as gestantes infectadas, bem como para seus parceiros sexuais.
Além disso, a Secretaria está promovendo campanhas de conscientização e educação sexual nas escolas e comunidades, visando informar sobre os riscos da sífilis, a importância do uso de preservativos e a necessidade de realizar exames regulares.
O que é sífilis, infecção que aumentou na Serra?
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, transfusões de sangue contaminado ou de mãe para filho durante a gravidez. Se não tratada adequadamente, a infecção pode levar a complicações graves para a saúde, incluindo danos ao sistema nervoso, coração, cérebro e outros órgãos.
Quais os sintomas da infecção?
A sífilis apresenta diferentes estágios e os sintomas podem variar de acordo com cada estágio. Aqui estão os principais sintomas de cada fase:
- Sífilis primária:
- Aparecimento de uma ferida indolor no local de entrada da bactéria (geralmente nos genitais, ânus, boca ou outras partes do corpo).
- A ferida é chamada de cancro duro e desaparece após algumas semanas, mesmo sem tratamento.
- Sífilis secundária:
- Erupções cutâneas avermelhadas e pequenas lesões no corpo (inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés).
- Febre, mal-estar, dor de garganta, dores musculares e articulares, além de aumento dos gânglios linfáticos.
- Esses sintomas podem desaparecer e a pessoa entra em um período de latência, em que a doença permanece ativa, mas sem sintomas visíveis.
- Sífilis terciária:
- Caso não seja tratada adequadamente, pode evoluir para a fase terciária.
- Nessa fase, a doença pode afetar gravemente o sistema nervoso, o coração, os vasos sanguíneos, o cérebro e outros órgãos.
- Sintomas incluem problemas neurológicos, alterações cardíacas, cegueira, surdez, demência e lesões graves em diversos órgãos.
Como se prevenir?
A prevenção envolve a adoção de medidas para evitar a transmissão da doença. Aqui estão algumas formas de prevenção:
- Uso de preservativos: A utilização correta e consistente de preservativos (masculinos ou femininos) durante a relação sexual pode reduzir significativamente o risco de contrair sífilis.
- Testagem regular: Realizar testes de sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis regularmente é fundamental para detectar a infecção precocemente e iniciar o tratamento o mais rápido possível.
- Parceiros sexuais seguros: Manter relacionamentos sexuais com parceiros confiáveis, que também realizem testes regulares de saúde, pode ajudar a reduzir o risco de contrair sífilis.
- Exames pré-natais: As gestantes devem realizar exames pré-natais abrangentes, que incluem testes para sífilis. O diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para evitar a transmissão da doença para o bebê.
- Informação e educação: Conscientização sobre as formas de transmissão, sintomas e tratamento da sífilis é fundamental para que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre sua saúde sexual e procurar ajuda médica quando necessário.
É importante destacar que a sífilis é uma doença tratável com antibióticos adequados. Portanto, ao apresentar sintomas suspeitos ou acreditar estar em risco, é fundamental procurar um profissional de saúde para realizar testes e receber o tratamento adequado.