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Serra está há sete meses sem inseticida de combate a dengue

Dengue e zika são transmitidas pelo Aedes aegypti. Foto: Divulgação

Desde abril, o Ministério da Saúde não está enviando para os estados brasileiros, um inseticida que é essencial para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A Serra é uma das cidades que foi afetada pela suspensão no envio do produto e está tendo que fazer outras ações para evitar que os casos de dengue cresçam ainda mais na cidade.

Para o TEMPO NOVO, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) confirmou que fez a solicitação de reposição do inseticida malathion, mas o pedido foi ignorado e, desde abril, não houve abastecimento de estoque. Com isso, o município acaba sendo afetado, já que não pode utilizar os equipamentos que são específicos para esse produto.

Enquanto isso, os casos de dengue na cidade não param de crescer. Para se ter uma ideia, já foram mais de 16 mil pessoas infectadas pela dengue em 2019, sendo que dez desses casos evoluíram para óbito. Segundo informações da Sesa, o aumento dos casos neste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de mais de 1.700%. Em 2019, já foram 16.677, enquanto que no ano passado foram apenas 891.

Ainda de acordo com o município, a Prefeitura intensificou as ações de controle da doença por meio de mutirões de limpeza, colocação de larvicidas, telagem de caixas d’água, visitas domiciliares, monitoramento semanal de armadilhas, visitas a pontos estratégicos (ferros-velhos, floriculturas, borracharias) e ações educativas junto à população.

Vale destacar que esse inseticida não é utilizado nos carros fumacês. É usado apenas no UBV, que é bloqueio feito com bombas costais. Esse veneno é essencial, pois mata o Aedes. “O malathion é o inseticida preconizado pelo Ministério da Saúde, que o compra e distribui. Foi solicitada a reposição do estoque, mas desde abril não houve abastecimento”, disse a prefeitura, em nota.

Ministério da Saúde promete enviar produto para estados brasileiros

O TEMPO NOVO entrou em contato com o Ministério da Saúde que disse por meio de nota que do total de 105.600 mil litros do adulticida Malathion EW, entregues pelo laboratório Bayer ao armazém do MS, 26 mil litros já estão aptos para uso. Disse ainda que a primeira remessa aprovada já começou a ser distribuída aos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio de Janeiro, devido ao aumento de casos de Chikungunya. “Os demais lotes, assim que liberados e aprovados, serão enviados aos estados para reabastecimento da rede”, disse.

Leia a nota do Ministério da Saúde na integra:

“A pasta recebeu as análises dos lotes remanescentes, aproximadamente 80 mil litros, realizadas pelo Laboratório Ecolyzer, que informou desconformidades nos resultados. O Ministério da Saúde solicitou o recolhimento dos 80 mil litros do produto, reprovados nos testes analíticos do Laboratório Ecolyzer, e a imediata reposição do produto MALATHION EW44%. Os 80 mil litros do Malathion repostos serão novamente testados, seguindo os padrões e metodologia da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No dia 7 de outubro foi realizada reunião entre o Ministério da Saúde, Bayer e OPAS e ficou acordado que até o dia 15 de novembro de 2019, a Bayer irá recolher 430 mil litros vencidos do produto na sede do almoxarifado do Ministério da Saúde. Além disso, em situações de embalagens com vazamento do produto nas Secretarias Estaduais de Saúde, a Bayer irá recolher o produto e o material utilizado na contenção do vazamento.

Até janeiro de 2020 também será entregue adicionalmente 100.800 litros do produto no Ministério da Saúde. Além disso, um novo adulticida para controle espacial (praletrina + imidacloprida) está em processo de compra com previsão de entrega para dezembro de 2019.

Sobre o Malathion, o Ministério da Saúde reforça que o uso do adulticida é a última estratégia de enfrentamento ao problema da zika, dengue e chikungunya, visto que, nesta fase, o mosquito já atingiu a fase adulta. A medida mais eficaz é a eliminação de focos de multiplicação do mosquito (água parada), evitando que eles nasçam. Por isso, o envolvimento de todas as esferas do governo e da sociedade é fundamental”.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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