Sem fundo partidário ou tempo de TV e rádio, partidos tentam sobreviver às eleições 2020

Após serem enquadrados na cláusula de barreira, em 2018, 14 partidos políticos devem enfrentar as eleições municipais de 2020 sem fundo partidário e sem tempo de TV ou rádio. O castigo imposto pela Justiça Eleitoral pode resultar no esvaziamento de algumas legendas e muitas delas estão sendo reestruturadas com mudanças nos diretórios. Cabe aos novos dirigentes a missão de convencer a militância a permanecer nas legendas e viabilizar recursos para bancar as candidaturas. 

É o caso do PTC, que passou das mãos do vereador Miguel da Policlínica para o morador de Jacaraípe, Celso Barcelos, aliado do vereador Luiz Carlos Moreira (MDB). Segundo ele, o fim dos recursos e da cláusula de barreira terão impactos nas campanhas futuras. “Nestas eleições de 2020 tem menos impacto o tempo de TV por ser uma campanha municipal. A TV ajuda, mas o candidato faz a eleição. O fundo nunca chega aos municípios; se chega é para os candidatos a prefeito. Sou a favor da fusão e que os partidos pequenos se unam”, avaliou. 

Já o porta-voz da Rede, André Toscano, explicou que a Rede ainda tem direito ao fundo eleitoral, para disputar as eleições 2020, mas confirmou o fim do fundo partidário e tempo de TV. “Nossa meta é ter 20 candidatos a prefeito em 2020 e dobrar o número de vereadores”. 

Outro partido que está passando por um processo de fortalecimento visando as eleições 2020 é o PMB. A legenda recebi recentemente um grupo de dissidentes do PSDB. Segundo o presidente municipal do PMB, Silvio Teixeira, disse que a  ausência de recursos do fundo partidário seguramente poderá ser compensada por meio de doações, por parte de apoiadores e simpatizantes. “Quanto ao tempo de rádio e televisão, que não é muito expressivo nas disputas municipais fora das capitais, pretendemos buscar nas redes sociais e no contato direto com a população. Na Serra a nova direção partidária foi constituída no dia 12/07/2019. Desde então, estamos buscando compor uma chapa competitiva de vereadores e formar um bloco de partidos para apoio a uma candidatura de prefeito para 2020. Nesse sentido, passamos a integrar um fórum de discussão atualmente composto pelo MDB, PRTB e PTC. Esse bloco se organiza em torno da pré-candidatura a prefeito do médico e vereador Luiz Carlos Moreira”, adiantou Silvio.

Outros dirigentes partidários procurados pela reportagem evitaram comentar o assunto. O presidente municipal do PMN, Alex Bulhoes, disse que estava em horário de almoço e falaria em seguida, mas não retornou aos contatos da reportagem. 

A vereadora Cleusa Paixão (PMN), que segundo especulações estaria assumindo o controle do PRTB, também não foi localizada para comentar seus planos para alavancar o partido. 

Entenda:

Nas eleições de 2018, 14 dos 35 partidos do Brasil não passaram no pente fino imposto pela Justiça Eleitoral. A legislação determina que para permanecer recebendo o fundo partidário e contando com tempo na televisão e no rádio, as legendas deveriam cumprir uma meta nas eleições daquele ano: mínimo de votos válidos ou número de deputados suficiente. Sao eles a Rede, Patriota, PHS, DC, PCdoB, PCB, PCO, PMB, PMN, PPL, PRP, PRTB, PSTU e PTC.