
Ayanne Karoline
Desde 2014 o Estado amarga uma grave seca, a pior já registrada. A estiagem impacta a produção agropecuária, o que reflete na alimentação e saúde da população. O problema foi tema de audiência pública realizada pela Comissão de Saúde, na Assembleia Legislativa do Estado (Ales), na última terça (06).
Segundo a representante da Associação dos Pequenos Agricultores do Estado do Espírito Santo, Cássia Aparecida Cassaro, é real a queda na produção do campo e a situação é dramática por causa da seca. “Há dois meses os especialistas já estimavam a queda na produção entre 80% e 90%. De lá para cá não choveu ainda, o que nos leva a chegar à conclusão de que o campo está quase paralisado”.
Com a paralisação, vem a consequente escassez de oferta de alimentos naturais e o aumento de preço. O resultado é o grande consumo de produtos embutidos e enlatados. “A padronização dos alimentos conservados em líquidos com sódio, gorduras e outros aditivos, aliada ao uso de agrotóxico, tem causado prejuízos à saúde física e mental dos brasileiros”, explicou Cássia.
O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Doutor Hércules (PMDB), proponente da audiência pública, concorda que a seca tem impacto direto sobre a nutrição humana. Hercules também é médico. “Por isso a crise hídrica é um assunto que interessa os profissionais da área de saúde e os gestores públicos envolvidos em políticas de promoção da vida”, opina.
Doutor Hércules destacou que a escassez de alimentos provocada pela seca leva o consumidor a comprar comida processada. “Os alimentos processados ingeridos em excesso prejudicam a saúde e baixam a imunidade das pessoas”, advertiu Hércules.
O integrante do Conselho de Segurança Alimentar do Espírito Santo, Pedro Kitoko, demonstrou preocupação com as projeções meteorológicas que indicam muita chuva para o ES no mês de outubro. “O solo está muito seco e sem capacidade de absorver toda a água que está por vir. Isso pode nos trazer mais desastres”.

