A afirmação da engenheira Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, durante o 226º Café de Negócios da Associação dos Empresários da Serra (Ases), não apenas sintetizou o espírito do evento, como também posicionou a cidade da Serra como modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil. “O saneamento social é um retorno certo, é ESG na veia. Serra pode ser um exemplo para outras cidades brasileiras”, destacou a especialista, ao apresentar dados sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais do avanço da cobertura de esgoto no município.
Realizado no dia 9 de julho no Steffen Centro de Eventos, o encontro teve como tema “ESG na prática: o impacto que move negócios e abre novos mercados” e reuniu empresários, especialistas e representantes do poder público para discutir caminhos reais e locais rumo a uma economia mais sustentável. A abertura do evento foi feita por Jaqueline Bertrandra, diretora de Relações Institucionais da Ases. “Vamos aproveitar esse debate de altíssimo nível para aprender bastante e aplicar no nosso dia a dia empresarial”, afirmou ao Tempo Novo.
O painel principal teve mediação da jornalista Andréia Lopes e contou com a participação de Luana Pretto e Guilherme Barbosa, fundador da startup ECO55 e especialista em mitigação das mudanças climáticas. Luana apresentou o saneamento básico como um vetor direto de transformação. “Quando a estrutura de esgotamento sanitário está em dia, o trabalhador tem mais saúde, mais renda, e o município cresce. O emissário submarino da Serra, por exemplo, é uma tecnologia moderna usada quando não há rios com capacidade de autodepuração. A cidade tem mostrado que é possível inovar e avançar”, afirmou.
Ela reforçou ainda que, com os investimentos realizados na cidade da Serra, o retorno líquido para o município chegou a R$ 1 bilhão. “Há um movimento real na economia por conta das obras de saneamento — geração de empregos, valorização imobiliária e estímulo à cadeia produtiva. As empresas devem fazer a ligação correta na rede, incentivar a educação ambiental e atuar como multiplicadoras de boas práticas. O retorno é certo e é de todos”, completou.
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Já Guilherme Barbosa alertou para a urgência da descarbonização como estratégia de sobrevivência econômica e ambiental. “O colapso climático não é mais futuro, é presente. Precisamos de velocidade e escala para mitigar emissões. O Espírito Santo já tem um plano estadual com metas até 2030 e 2050, mas é preciso mobilização de todos os setores”, pontuou. Para ele, empresas que não entenderem a transição energética e as exigências ESG “ficarão fora do jogo”.
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Os patrocinadores do evento também reforçaram a importância do diálogo entre setor produtivo e desenvolvimento sustentável. Representando a Ambiental Serra e o grupo Aegea, a Presidente Lucilaine Medeiros destacou que a presença da empresa reforça o compromisso com o diálogo público-privado e com o avanço do saneamento. “Não poderíamos ficar de fora de uma conversa como essa”, afirmou. Já Marcos Kneip, Diretor de Negócios do Bandes, falou sobre os esforços do banco capixaba para fomentar a transição energética, enquanto Denilson Nogueira, Gerente de Negócios da Comprocard, celebrou o orgulho de uma empresa 100% capixaba apoiar um debate de impacto.
O diretor da Ases, Kleber Alves, destacou o papel da associação na articulação de soluções sustentáveis para o município. “A Ases contribui para o desenvolvimento das empresas e da cidade. E o Café de Negócios é o ambiente certo para provocar essas reflexões”, concluiu. O próximo encontro já tem data marcada: o 227º Café de Negócios acontece no dia 13 de agosto.

