
A Polícia Civil do Espírito Santo foi até Portugal para prender um criminoso acusado de ter cometido um duplo homicídio em Balneário de Carapebus, na Serra. Marlon Henrique Gonçalves de Oliveira, de 33 anos, estava foragido da Justiça e foi encontrado após investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
Marlon foi encontrado em Quarteira, uma região de Portugal. Ele é acusado de ter matado o casal Asclepiades Vieira Soares Júnior, de 31 anos, e Lais Paula De Souza, de 33 anos, no dia 30 de janeiro de 2022, em Balneário de Carapebus na Serra.
De acordo com o delegado da DHPP da Serra, Rodrigo Sandi Mori, o acusado foi preso no dia 10 de fevereiro deste ano. A ação contou com apoio da Polícia Federal e da Unidade de Informação Criminal da Polícia Judiciária de Portugal.
Marlon possui um mandado de prisão preventiva pelo crime de duplo homicídio.
“Após um trabalho intenso de investigação, a DHPP Serra conseguiu levantar o endereço em que o nacional Marlon estava homiziado em Portugal, local em que ele se evadiu após o crime. Diante disso, mantivemos contato com a Polícia Federal que emitiu um alerta de Difusão Vermelha para a Interpol e Polícia Judiciária de Portugal, que cumpriu o mandado de prisão”, disse Sandi Mori.
O delegado ainda destacou que a motivação do crime está relacionada com a disputa pelo tráfico de drogas do bairro da Serra. Além de Marlon, outros cinco suspeitos do crime já foram presos pela DHPP Serra, não restando nenhum foragido.
Outros cinco já haviam sido presos
No mês de maio de 2022, a DHPP da Serra anunciou a prisão de cinco, dos seis suspeitos, de estarem envolvidos no duplo assassinato ocorrido em janeiro do mesmo ano em Balneário de Carapebus.
As vítimas foram assassinadas a tiros e pedradas no dia 30 de janeiro deste ano, no bairro Balneário de Carapebus, enquanto voltavam de uma festa.
O duplo homicídio brutal foi realizado por criminosos da região porque as vítimas haviam fornecido o endereço de outro casal ligado ao tráfico de drogas do bairro da Serra à polícia. Na época, Sandi Mori afirmou que cinco pessoas foram presas, mas um dos criminosos ainda estava foragido. Tratava-se de Marlon Henrique Gonçalves.
“Logo após o crime, iniciamos a investigação e chegamos à autoria dos seis indivíduos que participaram do crime. Representamos pelas prisões deles, e o primeiro a ser preso foi o Carlos André Costa Pimenta, também conhecido como ‘Satangozo’. Ele foi preso no dia 30 de março, no município de Pedro Canário, em uma operação conjunta da DHPP-Serra e da polícia Militar”, destacou o delegado.
Já no dia 14 de abril, foram presos, em Balneário de Carapebus, Tainara, conhecida por ‘Diaba’ e também o João Paulo Américo dos Santos. Pouco depois, no dia 18, também no bairro da Serra, Floriano dos Santos Silva Neto, conhecido por ‘Netão’, acabou detido. Ele, na época do crime, chefiava o tráfico de drogas de uma das regiões do bairro.
Logo em sequência no dia 9 de maio, Carlos Henrique de Souza também foi preso. De acordo com Sandi Mori, os seis indivíduos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, além de associação criminosa.
O delegado da Serra ainda disse que Asclepíades e Laís possuíam mandados de prisão abertos por roubo em, João Neiva, no Norte do Estado. Eles se mudaram para a Serra em agosto de 2021, quando se instalaram no bairro e começaram a fabricar armas caseiras para traficantes, tendo, inclusive, produzido uma espingarda calibre 12 e uma submetralhadora calibre 380 para criminosos da região.
Motivação e detalhes do crime ocorrido na Serra
Antes de serem mortos, Asclepíades e Laís foram abordados pela Polícia Militar e entregaram o endereço de um casal de traficantes do bairro. “Os traficantes descobriram essa situação, fizeram uma reunião, e nela o Floriano ‘Netão’ determinou que o Asclepíades fosse morto. Já a Laís foi morta como queima de arquivo”, pois se sobrevivesse ela poderia delatar a autoria do crime”, explicou Sandi Mori.
Já no dia do crime, as vítimas e alguns autores do crime se encontravam em um pagode. Na festa, Tainara e André ficaram se passando por amigos das vítimas e, inclusive, oferecendo bebidas para que eles não desconfiassem que seriam mortos.
Por volta das 4h30, o casal assassinado pegou duas bicicletas e foram seguidos pelos executores, que estavam na caçamba de uma Fiat Strada. Já na rua Braúna, João, que estava com uma pistola, desembarcou do carro com uma arma e efetuou disparos contra Asclepíades, que tentou correr, mas foi atingido por disparos e caiu. Após isso, o atirador se virou para Laís e efetuou dois disparos que a atingiram na perna. Ela também caiu próximo a um muro.
A munição acabou e João e Carlos André começaram a dar vários chutes na cabeça e na barriga das vítimas, que ainda respiravam. “Foi aí que o Carlos André pegou uma pedra e bateu quatro vezes na cabeça da Laís e o Marlon duas vezes na cabeça do Asclepíades”, concluiu Sandi Mori.