Risco de ter varizes aumenta se os pais já têm; dá para se prevenir?

Compartilhe:
varizes
As varizes são veias dilatadas e tortuosas, com alteração na sua função. Assim, o sangue retorna, acumulando-se e gerando dor. Crédito: Freepik

As varizes, caracterizadas pela dilatação das veias, principalmente nas pernas, atingem milhões de brasileiros e podem afetar tanto a saúde quanto a autoestima. Embora hábitos de vida tenham grande impacto no desenvolvimento da doença, a herança genética é um dos principais fatores de risco. Se um dos pais tem varizes, a probabilidade de os filhos também apresentarem o problema é significativa.

“Quando falamos em varizes, precisamos entender que existe uma predisposição genética. Portanto, pessoas cujos pais apresentaram doença varicosa têm maior probabilidade de também desenvolver a condição”, explica o angiologista e cirurgião vascular Fernando Silveira ao TN.

As varizes são veias dilatadas e tortuosas, com alteração na sua função. Assim, o sangue retorna, acumulando-se e gerando dor. A gravidade varia, indo de casos assintomáticos, com apenas desconforto estético, até situações mais avançadas que causam dor, inchaço, alterações na pele e até feridas. Mesmo sendo mais frequentes nos membros inferiores, ocorrem em outras regiões do corpo, como a região pélvica e esofágica, em menor escala.

Apesar da forte influência da genética, especialistas alertam que a prevenção e o diagnóstico precoce podem retardar o aparecimento ou minimizar os sintomas. “Entre os fatores que favorecem o surgimento das varizes estão a obesidade, o sedentarismo, a gestação, o uso de anticoncepcionais, longos períodos em pé ou sentado e o envelhecimento. É importante lembrar que esses são fatores de risco gerais, tanto para quem tem predisposição genética, como para quem não tem”, relembra o angiologista e cirurgião vascular Vitor Krohling.

Os sintomas mais comuns incluem sensação de peso e cansaço nas pernas, dor, queimação, inchaço no fim do dia e, em casos mais avançados, escurecimento da pele e úlceras, e é importante lembrar que as varizes não são apenas um problema estético: quando não tratadas, podem trazer complicações como trombose venosa superficial e até úlceras varicosas, que comprometem a qualidade de vida do paciente.

varizes
Entre os fatores que favorecem o surgimento das varizes estão a obesidade, o sedentarismo, a gestação, o uso de anticoncepcionais, explica o especialista Vitor Krohling. Crédito: Divulgação

Prevenção

Para prevenir, médicos recomendam manter uma rotina de exercícios físicos, evitar o excesso de peso, elevar as pernas ao descansar, não permanecer muito tempo na mesma posição e utilizar meias de compressão quando indicado. Além disso, os médicos destacam que é importante procurar ajuda médica especializada assim que notar os primeiros sinais das varizes.

“Buscar atendimento assim que identificar as primeiras veias dilatadas, ou desconfortos como inchaços ou dores, independente da idade, ajuda a fechar precocemente o diagnóstico, aumentando a eficácia e reduzindo o risco de doenças futuras”, orienta Silveira.

Nos últimos anos, as formas de tratamento das varizes apresentaram grande evolução. Atualmente, é possível cuidar da saúde vascular com mais conforto, segurança e bons resultados estéticos.

A cirurgia tradicional remove as veias doentes para melhorar a circulação. Entretanto, já existem abordagens menos invasivas, como laser endovenoso, radiofrequência e escleroterapia com espuma, que apresentam rápida recuperação e resultados estéticos e funcionais. No entanto, a escolha do tratamento depende da avaliação médica individualizada.

“A cirurgia é indicada quando há comprometimento funcional significativo secundário à presença de refluxo venoso diagnosticado pela ultrassonografia doppler, em casos de doença avançada, com a presença de complicações como úlceras e tromboflebites, ou quando o tratamento clínico não é suficiente para o controle sintomático”, afirma Krohling.

Foto de Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

Leia também