O Rio Santa Maria da Vitória, que abastece a maior parte da Serra, está abaixo do nível crítico. Com isso, o temor é de que haja um racionamento de água na cidade. As informações estão contidas no Boletim Diário da Sala de Situação, que faz o monitoramento de vazão e é divulgado pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH).
A última medição é datada desta segunda-feira (27) e aponta que a vazão do Rio Santa Maria está abaixo no nível crítico. A medição é feita no ponto de captação de água da Cesan, que fica na região rural da Serra, próximo ao Sitio Histórico do Queimado.
O histórico de volume médio de captação nesse período do ano é de 7.5 mil litros por segundo, mas atualmente a vazão do rio é de 2.471 litros por segundo. O valor crítico, ou seja, aquele considerado um sinal de alerta para a baixa vazão, é de 2.895 litros por segundo. Essa é o pior nível de vazão desde o dia 27 de agosto, que é a última data que a AGERH divulga no relatório de Evolução da Criticidade Hídrica.
Vale ressaltar que o ES está compreendido dentro do perímetro brasileiro que está em situação de seca. Segundo o Monitor de Secas, no Espírito Santo, apesar da ocorrência de anomalias positivas de precipitação no sudeste do estado, permanecem as condições de seca fraca (S0) no centro-sul, que é o caso da Serra e de seca moderada (S1) no norte.
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Rio Santa Maria e importância para região
O Rio Santa Maria da Vitória nasce no município de Santa Maria de Jetibá, suas águas percorrem 122 quilômetros até desaguar na Baía de Vitória. A área de drenagem da sua bacia hidrográfica é de 1844 km2 e abrange cinco municípios do Estado: Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Cariacica, Serra e Vitória.
O Rio é um dos principais mananciais do Espírito Santo. Juntamente com o Rio Jucu, e o Rio Reis Magos. Ele é responsável pelo abastecimento de água da Grande Vitória, abastece a parte continental da capital e a maior parte do município da Serra. Além disso, ele é utilizado também nas operações industriais da ArcelorMittal, que é a maior consumidora individual de água da Serra.
Além das águas captadas pela Cesan na região rural da Serra, outra fonte de abastecimento é a Barragem de Rio Bonito, que fica localizada em Santa Maria de Jetibá, há 624 metros de altitude. No auge da crise hídrica de 2016, a hidrelétrica foi desativada e se transformou em uma represa de água para consumo humano. Na semana passada, o TN já tinha demandado a Cesan para divulgar o índice de volume da barragem, mas não foi repassado um valor.
Cesan não descarta racionamento
Nessa segunda-feira (27), a Cesan voltou a ser demandada para falar sobre a possibilidade de racionamento de água na Serra e para divulgar a vazão do Rio Reis Magos, que é utilizado para abastecimento de cerca de 150 mil moradores da cidade. Assim que houver respostas sobre esses questionamentos, publicaremos aqui.
Na semana passada a empresa tinha dito que o abastecimento de água para a população está garantido nos municípios atendidos pela Cesan, entretanto, não é descartada qualquer medida diante da escassez hídrica. A empresa salientou ainda que não havia risco de criticidade hídrica no Espírito Santo naquele momento, mas pede colaboração da população. Vale ressaltar, que da semana passada para essa, o Santa Maria perdeu 1.000 litros por segundo de vazão.
