O processo de educação de um cão influencia profundamente sua relação com o ambiente, com outros animais e, principalmente, com sua família humana. Durante muito tempo, métodos baseados em punição e submissão foram usados como padrão, mas hoje sabemos que educar com empatia, ciência e respeito é não apenas mais humano — é também mais eficaz. O reforço positivo, abordagem que recompensa os comportamentos desejados ao invés de punir os indesejados, é a técnica mais recomendada por veterinários comportamentalistas e adestradores profissionais.
O que é reforço positivo?
Reforçar positivamente significa recompensar imediatamente o comportamento desejado, fazendo com que ele tenha mais chances de se repetir. Essas recompensas podem ser:
- Petiscos específicos e palatáveis;
- Brinquedos ou jogos;
- Carinho ou elogios verbais;
- Liberdade (por exemplo, abrir a porta para o passeio após o cão sentar e esperar calmamente).
“Essa associação ajuda o cão a entender o que traz resultados positivos e, com isso, ele aprende com mais rapidez, sem medo ou estresse”, diz a especialista.
Por que punições não funcionam (e ainda causam danos)?
Punições físicas, gritos, “tapas com jornal” ou técnicas de intimidação como enforcadores e borrifadas causam medo, confusão e até reatividade. Em vez de aprender o que fazer, o cão apenas evita o comportamento quando o tutor está presente, ou pior, desenvolve ansiedade, insegurança e agressividade.
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Além disso, punir um comportamento sem explicar o que seria o certo a se fazer não ensina nada ao animal — apenas gera conflito e frustrações.
Exemplo prático
Imagine que seu cão pula nas visitas. Ao invés de brigar com ele, você pode:
- Ignorar o pulo (sem contato visual, sem toque, sem palavras);
- Recompensar intensamente quando ele mantiver as quatro patas no chão;
- Repetir isso de forma consistente com todas as pessoas que entram.
Em pouco tempo, o cão associa “ficar no chão” com atenção positiva, enquanto pular se torna irrelevante.
Aprender é uma jornada, não uma corrida
A educação canina é um processo contínuo. Não existe “cão que não aprende”, e sim ferramentas inadequadas ou incoerência no manejo. É essencial manter paciência, consistência e sensibilidade durante todo o processo.
Cada cão aprende em seu ritmo e com estímulos diferentes. Entender suas motivações é parte da construção de uma comunicação mais clara e afetuosa.
Educação é vínculo
Mais do que ensinar comandos, educar com reforço positivo fortalece o vínculo entre o tutor e o cão. Cria-se uma relação baseada na confiança mútua, na previsibilidade e na segurança — fatores fundamentais para o equilíbrio emocional do animal.
Um cão educado com respeito é mais confiante, menos reativo e muito mais disposto a cooperar. Além disso, o tutor passa a desfrutar de uma convivência mais tranquila e prazerosa.

