Nesta semana, o TEMPO NOVO leva você (assista o vídeo acima) até o lendário Casarão de Balneário Carapebus, que foi construído como um bunker para receber soldados nazistas. A construção começou no meio da Segunda Guerra Mundial em 1942 e só ficou totalmente pronta em 1953 – oito anos após o fim do conflito.

O idealizador do casarão foi um médico veterinário, José Olímpio Gomes, que tinha ligações fortes com nazistas alemães. O guardião do Casarão Iberê Sassi afirma que construções semelhantes a esta foram feitas em vários pontos da América Latina com objetivo de abrigar tropas nazistas em uma hipotética expansão do regime ditatorial.

Entretanto afirma que o Casarão nunca chegou a receber nenhum alemão já que a guerra acabou antes mesmo da obra ter sido concluída. O complexo funcionava como uma fortaleza com estrutura estratégica para combate. Contava com quatro pavimentos, construído num fundo de vale, 56 cômodos, 12 banheiros. Além disso, no Casarão possui ainda dois túneis subterrâneos que serviria para trânsito de tropas.

José Olímpio morou com a esposa por mais de 40 anos no local, até se mudar para Santa Teresa, e poucos anos depois cometer suicídio. O casarão foi vendido em meados de 1994 para um milionário da época chamado Jean Sipierski que arrematou com o objetivo de fazer um complexo de lazer familiar, o que não aconteceu, já que os filhos de Jean afirmavam que viam fantasmas. O novo proprietário investiu em benfeitorias, construiu chalés, capela, churrasqueira, piscinas, e pedalinhos pra atrair a família e afastar os medos sobrenaturais.

Com o avanço da ocupação na região de Cidade Continental e Carapebus, o Casarão passou a ser um local mais visado. Foi quando ocorreu um assalto do qual Jean e a família foram amarrados e brutalmente espancados. Com isso, ele decidiu vender o imóvel que passou a ser de propriedade de uma construtora.

Com a iminência da demolição do complexo, a comunidade reagiu e liderados por Iberê conseguiram preservar uma parte da estrutura. Só que a história ainda iria pregar uma triste peça: dois incêndios comprovadamente criminosos destruíram boa parte da edificação do Casarão em 2014. Agora existem apenas ruínas da estrutura.

Hoje, o local sobrevive as mínguas e luta para ser reconhecido como patrimônio histórico da cidade e ainda sofre ataques de pessoas que acham que existe um tesouro nazista no local, fato que nunca foi comprovado e virou lenda na comunidade.