Quantas igrejas tem no seu bairro? Jovem viraliza contando o número de igrejas em bairro da Serra

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Músico mostra igrejas em Cidade Pomar. Foto: redes sociais/ @eijosa

Dois vídeos gravados de forma despretensiosa pelo músico capixaba Josa acabou colocando Cidade Pomar, bairro na Serra, no centro das atenções das redes sociais. As publicações, que já somam mais de 280 mil visualizações, mostraram uma peculiaridade local: a região, que tem pouco mais de 6,4 mil moradores, concentra 54 igrejas em funcionamento, sendo a maioria evangélica. O dado curioso chamou a atenção dos internautas, que se surpreenderam com a proporção, em média, uma igreja para cada 123 habitantes.

Segundo o músico, a ideia surgiu enquanto andava de ônibus pela Serra e acabou se surpreendendo com a quantidade de igrejas que via nas principais avenidas da cidade. “Eu passo muito de ônibus pelas avenidas principais e sempre me chamava atenção a quantidade de igrejas, muitas vezes uma do lado da outra. Então, como já faço conteúdo de música para as redes sociais, resolvi fazer um conteúdo diferente, que eu nunca tinha feito fora da música”, explica o cantor.

A repercussão, segundo ele, foi melhor do que o esperado e que tem lidado bem como a viralização. “Mostrei o vídeo antes para uma pessoa e ela disse que poderia dar ruim, como se eu estivesse ironizando. Mas foi o contrário, membros e pastores comentaram no vídeo dizendo de qual igreja eram. Até me convidaram para conhecer algumas. Eu lidei com a viralização de forma muito tranquila, não me vislumbro muito com isso, mas recebi muito carinho, sempre foi um sonho meu ser reconhecido no meu bairro”, afirma Josa ao Tempo Novo.

Para Josa, a concentração de templos é uma característica de bairros periféricos. “Sempre teve muita igreja, não só aqui. Acho que funciona como uma válvula de escape para dias difíceis e também acompanha o crescimento do povo evangélico no Brasil. Inclusive foi um debate que inclusive muitos levantaram nos comentários”, diz o músico.

Apesar disso, a cena da religião no bairro é bastante dinâmica, segundo Josa, sempre tem igrejas abrindo e fechando no bairro. Inclusive, no segundo vídeo gravado, o músico mostrou uma igreja que havia acabado de fechar e outra em obra, a ponto de abrir. “É uma dança das cadeiras. Sempre tem igreja fechando e abrindo, às vezes porque um grupo sai de uma e decide abrir outra. Já vi até lugar que era bar virar igreja e depois voltar a ser bar”, ressalta.

Apesar da quantidade, ele diz que a rotina do bairro não muda. “Não vejo impacto, nem positivo, nem negativo. Umas duas ou três igrejas enchem, as outras têm menos gente. No fim, a vida segue do mesmo jeito, o bairro continua o mesmo”, completa Josa.

Foto de Guilherme Marques

Guilherme Marques

Guilherme Marques é jornalista e atua como repórter do Portal Tempo Novo.

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