Clarice Poltronieri
Lembra aquele velho sonho profissional de sua juventude? Para muita gente, não realiza-lo é frustrante. Outros, no entanto, acabam incorporando o velho desejo às realizações atuais, conseguindo até mesmo reciclar esses sonhos.
Marluce Souza Laffouilhele, 55 anos, de Jacaraípe, é bancária, mas sempre quis ser cantora. “Acompanhava meu irmão músico que tocou com Zé Geraldo, Paulinho Pedra Azul e comecei a cantar com eles. Chegamos a fazer um festival na Lagoa Juara, em Jacaraípe, e me inscrevi em festivais. Mas a vida tomou outro rumo e me tornei bancária. Porém, nunca me afastei da música. Toco atabaque e tantã e encomendei um violão para aprender. É de família, minha mãe tocava acordeom e gaita e meu filho toca cavaquinho. Penso em formar um trio com as amigas depois dos 60”, conta.
Yuri Loureiro, 45 anos, de Balneário Carapebus, também sonhava com a música, mas acabou se tornando empresário. “Fiz arquitetura, mas sonhava em ser músico. Cheguei até a montar banda. Hoje sou empresário na área de comunicação visual, mas sempre estou tocando um violão, sozinho ou com os amigos. E toco outros instrumentos. Concilio minha profissão com meu sonho”, afirma.
A moradora de Jacaraípe e professora de artes Assolane dos Santos Pena Berbert, 35 anos, conta que sonhava em ser arquiteta. “Até os 18 anos meu sonho era ser arquiteta, mas o curso era muito concorrido na faculdade pública e caro na privada. Acabei fazendo Designer de Produtos, e me identifiquei com a área de plantas, maquetes. Fui encarregada de departamento pessoal por 12 anos na construção civil, depois fiz a complementação de carga horária em Artes para ser professora” relata.
Nesse meio tempo Assolane fez a planta da casa da mãe. “Fiz também a planta da casa que pretendo fazer para mim. Não realizei meu sonho profissional, mas dou um jeito de vivenciá-lo”, conclui.