Uma ação da fiscalização ambiental da Prefeitura da Serra em parceria com a Guarda Municipal na manhã desta terça-feira (8) em Mata da Serra está deixando os moradores revoltados. Trata-se da derrubada de casas que ficam no cinturão verde do bairro, considerado área de preservação ambiental.
Segundo Miriam Gonçalves Batista são 54 casas construídas no local há mais de 30 anos. “Temos diversas famílias aqui que estão desesperadas. Em plena quarentena da Covid-19 e a Prefeitura da Serra vem com uma ação dessas. Temos documentos que comprovam que já temos todo o processo de regularização dessas casas em andamento junto ao município, inclusive com assinatura do prefeitura Audifax Barcelos e de sua secretária. Mas os fiscais disseram que essa assinatura não vale de nada”, conta Miriam.
A ação acontece na rua Morro do Contorno, na área verde, próxima ao local conhecido como Vale da Benção. “Já derrubaram uma casa inclusive”, afirma Miriam que é a engenheira florestal responsável pelo processo de regularização das casas. “Fizemos todo o processo, planta, estudo, protocolamos, atendemos os ofícios da prefeitura. Temos todas as atas. Mas nem isso eles quiseram ver. Onde colocamos uma família com um bebê de seis meses? É a casa deles a próxima a ser demolida”.
Tatiana Rocha, que também mora na rua disse que a ação é vergonhosa e covarde. “As secretarias da Prefeitura da Serra estão fechadas para atendimento por conta da pandemia, então com que respaldo eles vem fazer um ação como esta. Mostramos documentos assinado por juiz dando a posse dos terrenos para nós e os fiscais nem quiseram olhar. Já derrubaram cercas de terrenos, derrubaram um galinheiro, e estão notificando todo mundo”, conta, acrescentando que os ficais disseram que voltarão na quinta-feira (9).
Dono da casa demolida André Araújo Mendonça conta que estava nos planos da família assim que a situação estivesse totalmente resolvida mudar para a casa que agora não existe mais. “Moramos eu, minha esposa e meu filho na casa dos pais dela. Nossa intenção era mudar pra la, nosso canto, assim que tudo estivesse resolvido. Agora não temos mais nada”, desabafa.
Na rua Morro do Contorno, neste mesmo local, existem também congregações religiosas como Maranata e católica e ainda uma empresa de gesso.
O TEMPO NOVO entrou em contato com a Prefeitura da Serra que disse que faz ações fiscais constantemente para combater a ocupação irregular no município. As construções estavam em área ambiental e zonas de risco, o que é proibido por lei. O caso está em processo judicial em andamento movido pelo Ministério Público. Foram feitas demolições apenas em construções desabitadas e em cercas de madeira e um galinheiro.