A morte da pequena Alice Rodrigues, de apenas seis anos, durante um ataque a tiros no bairro Balneário de Carapebus, na Serra, mobilizou uma grande operação das forças de segurança do Espírito Santo. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (25), autoridades confirmaram que seis pessoas já foram presas, incluindo executores, mandantes, olheiros e até uma advogada que teria papel de apoio ao grupo criminoso.
As investigações estão sendo lideradas pelo delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homícidios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o crime está inserido em um contexto de guerra entre facções rivais — o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Primeiro Comando de Vitória (PCV). Desde o último sábado (23), a região registrava ataques sucessivos entre os grupos, envolvendo inclusive o uso de fuzis.
Segundo as investigações, a família de Alice voltava da praia em um veículo Peugeot quando foi confundida com integrantes do TCP. Um olheiro teria indicado o carro de forma equivocada para os criminosos, que estavam em um Fiat Argo branco alugado exclusivamente para a ação. De dentro do veículo, os atiradores efetuaram diversos disparos contra o carro da família, resultando na morte da criança.
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O secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, destacou que o caso recebeu prioridade máxima desde a entrada no sistema do Ciodes. A Força Tática do 6º Batalhão foi responsável pelas primeiras prisões, logo após o crime. Em seguida, o trabalho integrado da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Científica ampliou o número de detidos para seis.
Entre os presos estão dois mandantes, um executor, um olheiro, uma pessoa que daria fuga e a advogada — mulher de um dos líderes da facção, encontrada com munições de fuzil e de calibre 9mm em casa.
“Nós já temos os autores materiais, os mandantes e pessoas que auxiliaram no crime. Essa foi a determinação do governador: dar uma resposta rápida e vigorosa”, disse o secretário ao Portal Tempo Novo.
Detalhes da perícia sobre o ataque a tiros na Serra
A Polícia Científica confirmou que Alice foi atingida por um tiro na região occipital direita, com saída na região auricular esquerda. O laudo pericial constatou pelo menos quatro perfurações na lataria do carro da família, além de vidros quebrados e manchas de sangue no banco traseiro. O veículo dos criminosos também apresentava 18 perfurações, todas de dentro para fora, o que confirma que os disparos foram feitos de dentro do Argo branco.
Investigações continuam
As diligências seguem em andamento para identificar todos os envolvidos no crime. “Não vamos parar até que todos paguem por essa barbárie. Foi um ataque covarde que tirou a vida de uma criança inocente, vítima de uma guerra insana entre facções”, afirmou um dos delegados responsáveis pela investigação.

