A Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) da Serra apresentou, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (28), detalhes da investigação de um crime bárbaro registrado no dia 31 de janeiro de 2021 em Jardim Limoeiro. Trata-se do assassinato de um morador em situação de rua, que foi espancado até a morte por cinco homens após ofender a namorada de um deles.
Imagens de videomonitoramento registraram o momento em que Vinicius Santos Neves, de 25 anos, foi assassinado com pauladas e pedradas em uma rua da região conhecida como ‘Copo Sujo’, onde há intenso tráfico de drogas.
A elucidação do caso foi apresentada pelo titular da DHPP Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori. De acordo com ele, os cinco suspeitos foram presos entre janeiro e junho deste ano e três deles confessaram o crime.
Os presos são Edson Fernandes Capucho; Gleidson Pereira das Chagas e Carlos André de Souza, ambos de 40 anos; Elizelton Reis dos Santos, conhecido como “Índio”, de 34; e Lucas Luiz Gomes, de 28.
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O delegado Rodrigo Sandi Mori explicou que antes de ser assassinado, Vinicius Santos xingou a namorada do Edson, um dos autores do crime. Além disso, discutiu com o grupo.
“A vítima tinha família, era casada e trabalhava de soldador em uma empresa. Porém, o vício nas drogas fez com que ela passasse a morar nas ruas e traficar drogas para financiar seu consumo próprio. Quando a vítima usava drogas, ela costumava ficar bastante agressiva, ameaçar e agredir os outros moradores em situação de rua”.
Sandi Mori ainda disse que as ofensas e discussões foram as motivações do crime. “No dia do crime, a vítima xingou a namorada de um dos autores, do Edson; também discutiu com eles, fato que fez com que todos se juntassem e matassem a vítima no dia 31 de janeiro de 2021”, disse o delegado.
Vítima tinha sobrevivido as primeiras agressões

As imagens de câmeras de segurança mostram que a vítima foi encurralada por cinco indivíduos na rua Londrina, quando então eles passaram a desferir pauladas e pedradas nela. Em um primeiro momento, são 24 pauladas e uma pedrada na vítima.
Depois, os autores se afastam do local e a vítima tenta se levantar. Ao perceberam que a vítima ainda se encontrava viva, Carlos André (sem camisa) e o Elizelton, que estava de boné, voltaram ao local e desferiram mais 20 pauladas na vítima.
“A demora na elucidação do crime se deu em razão da identificação e qualificação destes moradores de rua, como eles não tem lugares físicos, ora estão na Serra, ora em Vitória, Vila Velha e até Guarapari, tivemos uma grande dificuldade em identificar eles e qualificá-los. Com grande esforço da equipe, conseguimos qualificar e prender todos de janeiro a junho deste ano’, finalizou o titular da DHPP.

Poder público precisa agir, diz delegado
Rodrigo Sandi Mori destacou ainda que a polícia não consegue solucionar, sozinha, os problemas que envolvem a violência entre as pessoas em situação de rua.
“A polícia não consegue sozinha resolver este problema; nós estamos diante de uma vulnerabilidade social que vem se intensificando nos últimos três anos. Cabe sim, a Polícia Civil identificar e retirar de circulação os indivíduos que cometem estes tipos de crime, mas também cabe principalmente ao poder público efetuar ações em benefício desta população bem como promover o bem-estar e a saúde dos moradores de rua evitando que crimes como estes ocorram na localidade”, completou.






