O deputado estadual Pablo Muribeca não apresentou provas das supostas denúncias realizadas contra o Sine da Serra e o secretário da prefeitura, Renato Ribeiro. Isso é o que garante a Polícia Civil, que atendeu a ocorrência na Delegacia Regional da Serra.
A situação foi iniciada após Muribeca, juntamente com três vereadores, realizar uma suposta ação de fiscalização em pleno horário de funcionamento no Pró-Cidadão. Os parlamentares acusaram — sem apresentar provas— o Sine da Serra de realizar direcionamento de vagas para pessoas próximas.
A Polícia Civil, no entanto, afirmou que Muribeca sequer apresentou provas das acusações feitas. Por meio de nota enviada ao Jornal Tempo Novo, explicou que o servidor se dirigiu a delegacia, foi ouvido e liberado pela autoridade policial.
“Visto que após análise não foi possível concluir se houve crime. Diante da falta de elementos conclusivos e da necessidade de apuração mais detalhada, não foi adotado nenhum procedimento flagrancial em desfavor dos envolvidos”, diz o texto da nota.
Ainda de acordo com a polícia, será encaminhada uma cópia dos autos para as Corregedorias da Assembleia Legislativa (Ales) e da Polícia Militar (PMES) para conhecimento e providências cabíveis.
Sem provas, Muribeca tentou dar ordem de prisão para secretário da Serra
O deputado estadual Pablo Muribeca ainda teria tentando dar ordem de prisão ao secretário adjunto de Trabalho, Emprego e Renda da Serra, Renato Ribeiro. Tentou acesso aos dispositivos do Sine, incluindo ao sistema da prefeitura, e brigou com servidores que atuam no local.
Juntamente com Muribeca, os vereadores Anderson Muniz, Professor Arthur e Darcy Júnior foram filmados dentro da área do Sine da Serra. Nas imagens, é possível observar os servidores do Sine acuados, reclamando do “abuso de autoridade” e desrespeito por parte dos parlamentares.
De acordo com Renato Ribeiro, no momento em que os parlamentares chegaram ao local, ele não estava presente. Pouco depois, se dirigiu ao Sine e tentou conversar com Muribeca.
Renato afirma que foi inicialmente recebido de maneira desrespeitosa por Pablo Muribeca. A situação se acalmou parcialmente após uma conversa, mas esquentou novamente quando o deputado exigiu acesso a equipamentos de comunicação da prefeitura, uma demanda que foi negada por Renato, que afirmou que era necessário um mandato judicial.
A Polícia Militar foi acionada. O deputado, os três vereadores e o secretário da Prefeitura da Serra foram enviados para a Delegacia Regional da Serra.
“Todos os envolvidos foram levados para prestar esclarecimentos. Apesar das alegações dos vereadores de eu teria sido preso, esta informação foi desmentida. No próprio boletim de ocorrência, consta que não houve flagrante delito”, disse Renato Ribeiro.
“Foi uma jogada política”, acusa secretário da Serra
Renato Ribeiro ainda afirmou, ao Jornal Tempo Novo, que a ação de fiscalização foi uma “jogada política”. Vale ressaltar que Muribeca é adversário político do atual prefeito da Serra, Sergio Vidigal.
“Percebemos que foi uma jogada política, toda a condução foi política. Nós perdemos nosso tempo. Os servidores sofreram pressão psicológica, os serviços do Sine foram interrompidos, tudo para algo que não tem fundamento. Não há provas. Nunca houve esse tipo de denúncia”, esclareceu.
Muribeca não responde questionamentos e tenta intimidar jornalista
O Jornal Tempo Novo tentou contato com o deputado Pablo Muribeca para obter sua versão da situação. O parlamentar, no entanto, se negou a responder os questionamentos e tentou intimidar a reportagem.
O que diz a Prefeitura da Serra?
A Prefeitura da Serra informou que preza pelos princípios da transparência da gestão pública. Disse, também, que será aberta uma sindicância para a apuração dos fatos e está aguardando a manifestação das autoridades policiais.
“A Seter ressalta, ainda, que o servidor atua desde o início da gestão, em 2021, e que nunca houve denúncias de usuários do serviço sobre sua conduta profissional. Importante salientar que a Serra liderou, por vários meses, o ranking dos municípios que mais geram empregos no Estado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)”, diz a nota.
