Por Eci Scardini
Faltando 10 dias para o eleitor comparecer às urnas, o quadro eleitoral na Serra mostra-se completamente indefinido sobre quem ganha, se termina no primeiro turno ou se a decisão vai para um segundo turno. Isso em se tratando dos candidatos Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (Rede), uma vez que os demais postulantes à chefia do executivo municipal, Gideão Svensson (PR), Givaldo Vieira (PT) e Nicodemus Venturini (PPL) se mostram bem atrás nas pesquisas de intenção de votos até aqui divulgadas.
Recentemente foram publicadas duas pesquisas de intenção de votos. Uma no dia 11 de setembro, no jornal A Gazeta, de autoria da Futura. Nela Vidigal apareceu levemente na frente, com quadro de empate técnico. A outra foi publicada dia 19, no site do jornal online Século Diário, com números muito parecidos com relação à pesquisa anterior, configurando um empate técnico.
O diferente foi a reação das duas candidaturas. Na primeira, houve uma reação negativa por parte do comitê de Vidigal, que duvidou dos números, dada a aproximação de Audifax. Na do Século Diário, as críticas se inverteram: o comitê de Audifax desconfia dos números porque acredita que ele já deu a virada sobre Vidigal.
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No grupo de Audifax é dado como certo que ele já teria colocado cerca de 9% de vantagem sobre Vidigal. Quando a conversa é com a turma de Vidigal, a afirmação é que ele teria ampliado a diferença para 7% na estimulada e 10% na espontânea.
A expectativa agora é por uma possível publicação no jornal A Tribuna, na edição de domingo, de uma pesquisa feita pela Enquete. As duas principais empresas de pesquisas do Estado (Futura e Enquete) têm um histórico de divergência nos números apurados, o que joga dúvidas na opinião pública e no eleitorado; dúvidas essas que só são dirimidas na apuração dos votos.
Em uma guerra de números como essa, em um cenário tão incerto entre Vidigal e Audifax, se nada drástico acontecer, quem de fato estiver à frente que está dizendo que tem, pode ganhar a eleição. E dependendo dessa diferença e da soma dos candidatos Givaldo Vieira (PT), Gideão Svensson (PR) e Nicodemus Venturini (PPL) pode ganhar já no primeiro turno.
O nó de Vidigal agora é de Audifax
O que dá para perceber nessa reta final, é que o nó que Vidigal levou com a pneumonia e a infecção generalizada que se abateram sobre Audifax no início da campanha, que fez com que o pedetista repensasse sobre o que fazer e como lidar com a situação inusitada, virou agora para o lado de Audifax.
A equipe do prefeito parece ter ficado sem saber o que fazer durante este período de recuperação do grave problema de saúde, onde Audifax já está em casa, mas com recomendação médica de não ir para as ruas.
O povo se dividiu entre ele ter e não ter condições de voltar, mas sem o estado de comoção que marcou a sua estada no hospital. O desafio da equipe de marketing era mostrar um Audifax bom, recuperado e em condições de continuar a tocar a campanha e administrar a cidade. Mas esse Audifax ficou só nos vídeos e nos discursos; na rua nada. Ele não pode comparecer aos debates e com isso a dúvida só aumentou.
Esse nó, que no início atrapalhou Vidigal, hoje atrapalha Audifax. Por isto, dos quatro maiores redutos eleitorais do Estado, a Serra é o único que ainda não está claro o que irá acontecer. Em Vitória está claro que terá segundo turno e de acordo com a pesquisa do Ibope, divulgada recentemente, tem tudo para ser entre Amaro Neto (SD) e Luciano Rezende (PPS). Em Vila Velha é cristalino que o segundo turno será entre Max Filho (PSDB) e Neucimar Fraga (PSD). Em Cariacica também caminha para segundo turno entre Marcelo Santos (PMDB) e o prefeito Juninho (PPS), mas com a sombra de Marcos Bruno (Rede).

