Pedagoga da Serra é afastada após ser acusada de xingar criança de ‘amaldiçoada’ e ‘viciada em drogas’

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Escola na Serra Criança Pedagoga
Crédito: Divulgação
Escola na Serra Criança Pedagoga
A pedagoga da Serra foi afastada após ser acusada de xingar uma criança de 4 anos de ‘amaldiçoada’ e ‘viciada em drogas’.  Crédito: Divulgação

A pedagoga acusada de homofobia e discriminação por um pai durante uma reunião escolar já foi afastada dos serviços. A servidora atuava no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Leandro Ferreira, localizado no bairro Taquara II, na Serra.

O caso, dado em primeira mão pelo Tempo Novo nessa quarta-feira (6), está sendo investigado pela Secretaria Municipal de Educação da Serra que, em nota, informou tomar todas as medidas cabíveis. “A servidora não atua mais no CMEI e a unidade de ensino contará com uma nova pedagoga”, afirma a secretaria.

Durante a reunião, a filha do gerente de vendas, Danilo Lobão, teria sido acusada pela pedagoga de possuir uma “maldição hereditária” e orientada a “procurar uma igreja”. Além disso, a criança foi apontada como “dependente de drogas” e que uma das causas do seu comportamento, inclusive, seria o fato dela ser filha adotiva de um casal homoafetivo.

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) também investiga o caso, porém, por se tratar de vítima menor de idade, mais informações não foram reveladas.

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Em nota enviada ao Jornal Tempo Novo, a Prefeitura da Serra informou que não compactua com nenhum tipo de preconceito, discriminação ou atitudes que promovam desigualdade.

Ressaltou ainda que uma educação de qualidade é feita numa parceria entre família e escola, com a atuação de profissionais que levem em conta a diversidade presente na comunidade escolar.

Relembre o caso

Em exclusiva ao Tempo Novo, o pai contou que a filha chegou em casa na semana anterior falando que não queria mais ir para a escola e com um recado na agenda da professora solicitando uma reunião com o responsável pela menina.

Ao chegar na unidade no dia marcado, o pai foi recebido pela pedagoga que, ainda no portão, informou que também participaria da conversa. “Ela me perguntou tudo sobre como foi o processo de adoção da minha filha e como era a família biológica dela que, segundo ela, ajudaria a entender o comportamento da minha filha”.

“Ela disse que o comportamento da minha filha estava relacionado ao fato de ser muito difícil para uma criança ser criada por dois pais.”

Danilo detalha que ficou tão extasiado diante da situação que não percebeu no momento que também foi vítima de homofobia.

“Não posso permitir que ela fale dessa forma com uma criança de apenas quatro anos de idade, ela está falando do maior amor da minha vida, que é a minha filha. Inclusive, quem me garante que agora ela não vai contar para todos os professores que a minha filha é filha de uma drogada, que ela é uma pobre coitada? O processo de adoção não funciona dessa forma”.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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