A Serra – assim como boa parte habitada do planeta Terra – pode ser atingida por pedaços de um foguete chinês desgovernado ainda nesta semana. É isso mesmo, você não leu errado. Agências espaciais de todo o mundo estão atentas para a reentrada do lixo espacial na órbita terrestre nos próximos dias. Ninguém sabe exatamente onde e quando o incidente ocorrerá, mas há previsões um pouco assustadoras.
Seguindo a órbita do objeto, os possíveis pontos de queda ficam em qualquer lugar entre os paralelos 42 Norte e 42 Sul. Ou seja, em latitudes entre Nova York, Madri e Pequim, e entre o Chile e a Nova Zelândia. Isso representa boa parte da área habitada do planeta, incluindo o território brasileiro.
De acordo com o portal de notícias UOL, o lixo em questão é um pedaço do foguete Long March 5B, que foi usado recentemente para enviar à órbita o módulo Tianhe, o primeiro da futura estação espacial chinesa. O lançamento foi um sucesso, mas o estágio principal do foguete, que é descartado na subida, não se comportou como planejado.
Ao todo, são 30 metros de comprimento, 5 de largura e 20 toneladas. O plano inicial era que esse objeto realizasse queimas de combustível para se afastar da Terra. Só que isso não aconteceu. Até o momento, o governo da China se mantém calado e não está divulgando detalhes do procedimento.
Nos Estados Unidos, radares militares estão rastreando o objeto, catalogado como 2021-035B. Ele está viajando desgovernadamente a uma velocidade de mais de 7km/s, a cerca de 300km de altitude e baixando. Agências espaciais afirmam que esse será um dos maiores lixos espaciais da história a cair no planeta.
É importante destacar que apesar de existir uma possibilidade, as chances de um fragmento atingir uma área habitada são pequenas (regiões vazias ou água preenchem cerca de 70% da possível área de impacto), mas danos a construções ou ferimentos a seres humanos não foram totalmente descartados.
“Não é possível prever como nossa atmosfera irá queimar e despedaçar o objeto — tudo depende da densidade, ângulo e velocidade com que ele avançar, entre outros fatores —, ou mesmo o tamanho das partes que podem sobreviver à reentrada. Acredita-se que entre 20% e 40% do foguete possa resistir, principalmente os componentes feitos de materiais resistentes ao calor, como tanques e propulsores”, afirma colunista do portal UOL.