Para onde vão as meninas moças?

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Por Bruno Lyra

O caso da menina Thayná e o sofrimento público de sua mãe escancara um drama que vem atingindo muitas famílias na Grande Vitória: o desaparecimento de adolescentes, principalmente de meninas.

Dados da secretaria de Segurança do Estado apontam que, até o final de agosto, 128 dos 442 desaparecimentos de pessoas na região metropolitana eram de meninas de 12 a 17 anos. Isso representa 29% do montante. Um número alarmante.

Embora a maioria das meninas acabe aparecendo, há aquelas que nunca são vistas. E assim como nas demais situações de violência, a resposta do poder público é pífia. Óbvio que em alguns casos a família tem boa dose de responsabilidade e também as próprias jovens.

Mas quando são vítimas de criminosos, fica evidente a falha do estado. Seja pela incapacidade das polícias em investigar e reprimir, seja pela demora da Justiça em condenar ou mesmo relaxar a prisão de criminosos que atacam meninas.

Para além da atuação de criminosos com o perfil do suspeito de raptar Thayná, há também à hipótese de que parte desses desaparecimentos possam estar ligados ao tráfico de mulheres. Há fortes indicadores de que o Espírito Santo é rota do tráfico internacional de drogas, seus portos se conectam com muitos lugares do planeta, por aqui flui parte das comodities que o Brasil oferece ao mundo.

Não é absurdo pensar que tal logística também facilite a circulação de malfeitores que levam meninas capixabas para serem escravas sexuais em outros lugares. Os órgãos de segurança e justiça também têm de abrir os olhos para casos de feminicídio e ocultação de corpos de adolescentes.

Mais do que nunca, cabe às famílias e amigos orientar as meninas para que não caiam em ciladas. O tema precisar ser trabalhado nas escolas, igrejas e outras instituições onde adolescentes convivem. E aos órgãos de justiça e segurança, redobrar a atenção e ação para proteger as adolescentes capixabas, fazendo jus a tanto dinheiro que a sociedade gasta para manter policiais, promotores, agentes penitenciários, juízes e mandatários.       

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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