
A Polícia Civil prendeu pai e filho, respectivamente com 70 e 26 anos de idade, sob suspeita de venderem lotes pertencentes a outras pessoas por meio de documentos falsos. Um dos crimes teria ocorrido na Serra, durante o ano de 2013. As prisões ocorreram em um condomínio de luxo na Grande Vitória no dia 16 de maio, mas só foram divulgadas nesta sexta-feira (26).
Embora as identidades dos envolvidos e o município das detenções não tenham sido revelados, as autoridades informaram que os dois foram soltos após passarem cinco dias presos temporariamente.
Atividades criminosas de longa data e apropriação ilegal de terras na Serra
Segundo o delegado Douglas Vieira, titular da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), os suspeitos estariam envolvidos em atividades criminosas desde pelo menos 2010. Em 2013, eles teriam invadido e se apropriado de um loteamento na Serra, expulsando os moradores e até ameaçando um deles de morte em sua própria casa.
O delegado explicou que, entre 2014 e 2016, várias pessoas relataram à Polícia Civil que os suspeitos, especialmente o filho, chegaram a um determinado loteamento afirmando que o pai era o proprietário de todo o terreno. Eles expulsaram os moradores e os ameaçaram, chegando ao ponto de uma vítima ser ameaçada de ter sua casa incendiada com a família dentro. Muitas pessoas abandonaram suas propriedades devido às ameaças.
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Uso de documentos falsos e posse de capangas
De acordo com as investigações, os suspeitos autodenominavam-se donos do loteamento com base em uma procuração assinada em 2010, embora o outorgante dessa procuração já tivesse falecido em 2007. O mesmo ocorreu com uma imobiliária que estava desativada. Além disso, as autoridades descobriram que os suspeitos contavam com a ajuda de capangas.
O delegado destacou que os crimes cometidos pelos suspeitos são graves e que há relatos de vítimas procurando a delegacia até mesmo em anos recentes, como 2021, 2022 e 2023. Há registros de apropriação indevida de uma imobiliária pertencente a um senhor já falecido, tudo baseado em documentos falsos.
A ação criminosa dos suspeitos também se estendia a terrenos localizados nos municípios de Viana e Fundão. Além disso, chamou a atenção da Polícia Civil o fato de aproximadamente 70 boletins de ocorrência já terem sido registrados contra o homem de 70 anos.
A corporação revelou que pai e filho levavam uma vida luxuosa, possuindo um patrimônio avaliado em cerca de R$ 20 milhões. A dupla era proprietária de vários carros de luxo, incluindo uma Mercedes, o que lhes conferia credibilidade entre as vítimas e pessoas do ramo imobiliário.
Prisões e investigação contínua
O jovem de 26 anos enfrentará acusações de três crimes de extorsão, enquanto o pai responderá por um. Embora tenham sido presos temporariamente por cinco dias, ambos foram posteriormente soltos.
Essas prisões ocorrem como parte da primeira fase da operação Callidus, que visa investigar um suposto esquema de venda fraudulenta de terrenos na região metropolitana. Além das prisões, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão.
O delegado Douglas Vieira enfatizou a importância de que as vítimas registrem boletins de ocorrência caso tenham sido afetadas por esse tipo de crime e orientou que procurem um advogado ou, caso não possam arcar com as despesas, recorram à Defensoria Pública. A operação Callidus tem como objetivo interromper e combater esse tipo de crime.

