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Pablo Muribeca é novamente acusado de minar reabertura do Jayme para continuar fazendo vídeo de UPA’s

Foto: Arquivo Tempo Novo

O discurso explosivo do vereador Jeffinho do Balneário, na sessão ordinária da última segunda-feira (13) na Câmara da Serra, continua a ter repercussão na cidade. O parlamentar revelou um caso chocante de uma mulher que morreu sem atendimento médico “na porta do Hospital Jayme Santos Neves”, que está com o Pronto Socorro fechado para demanda espontânea de pacientes desde 2020. O caso ‘espirrou’ no deputado Pablo Muribeca, que segundo o vereador estaria atuando para não reabrir o Pronto-Socorro do Jayme, com objetivo de “usar a miséria dos outros na UPA’s” para se “engrandecer” com os vídeos por ele publicados.

Jeffinho trouxe a tona um caso de uma moradora de seu bairro, Balneário de Carapebus, que buscou atendimento no dia 08 de março no Hospital Jayme e não teria conseguido, infelizmente vindo a óbito a caminho de uma das UPA’s.  Identificada pelas iniciais, M.A.G.J, ela tinha 29 anos e deixou dois filhos, um de 9 e outro de 12 anos. O Tempo Novo fez uma matéria completa sobre o caso que pode ser acessada clicando aqui.

O vereador fez fortíssimas críticas ao fechamento do Jayme; e acusou nominalmente o deputado estadual Pablo Muribeca de atuar para que o Governo do Estado não abra o Pronto Socorro do Jayme na reunião ocorrida na Assembleia Legislativa um dia antes da morte da moradora M.A.G.J. (terça-feira, dia 07). O Jornal Tempo Novo também fez matéria sobre o caso, para acessar basta clicar aqui.

“Diversas vezes ouvi na tribuna dessa Casa, ele [Pablo Muribeca] falar que defende a saúde. E agora ouvi um discurso que me envergou, defendendo o governador na terça-feira [dia 07 de maio]. A minha representação é de município, mas é aqui [referindo-se a Assembléia Legislativa, já que o Jayme é Estadual]. Se um deputado ir lá cobrar, como o Xambinho foi lá cobrar, como Vandinho tem cobrado…. mas eu não vi o deputado [Pablo Muribeca] que fala que é da saúde [cobrar]… Estou falando mal dele não, estou falando a verdade. Estou muito envergonhado de ouvir das palavras daquele homem [Pablo Muribeca] ‘que o governador está tentando’, ‘que lá atende [Jayme]’, ‘que culpado são as UPA’s’; ‘que Bernadete [secretária municipal de saúde] não foi lá ouvir os outros’.

Como informado acima na matéria, essa declaração de Jeffinho ocorreu na sessão dessa segunda-feira (13), entretanto, na quarta-feira passada (09) o Tempo Novo já tinha registrado que outros dois parlamentares, Saulinho da Academia e Sérgio Peixoto, tinha acusado Pablo de tentar esvaziar a reunião e blindar o governo. Acusações das quais o deputado negou em nota encaminhada para a redação. (Entenda mais clicando aqui)

Deu vai cobrar essa morte

Jeffinho subiu ainda mais o tom e disse que “Deus vai cobrar essa morte”, referindo-se a Pablo Muribeca: “Essa morte aí Deus vai cobrar dele [Pablo Muribeca]”. Ele acusou Pablo de fazer vídeos utilizando o sofrimento dos outros em benefício político: “utilizar da dor, da miséria e da pobreza dos outros (…) não foi isso que Deus me ensinou”, disparou.

Jeffinho cobrou união dos vereadores para tentar abrir o Pronto Socorro do Jayme Santos Neves e novamente direcionou o discurso a Pablo: “se foi eleito para ser deputado, que seja deputado então” e que “fiscalize o Jayme e o Dório” que se não for para não fazer isso que “continuasse como vereador”.

Fui direto ao governador pedir a reabertura”, se defende Pablo Muribeca

Até o momento a Secretária de Saúde não se pronunciou sobre o caso; a reportagem também demandou a assessoria do deputado Pablo Muribeca. O parlamentar se defendeu de todas as acusações do vereador. Disse que está atuando para abrir o Jayme e tem conversado direto com Casagrande.

Quero afirmar o meu compromisso com a população da Serra de falar a verdade para resolver o problema da saúde na cidade. E deixar claro para a população e para o parlamento serrano que eu fui direto ao governador pedir a reabertura e levantei o debate com representantes do governo, que estavam na reunião realizada no dia 7 de março, na Assembleia Legislativa, Casa para a qual fui eleito principalmente com o voto do povo da Serra. Porque não basta colocar a responsabilidade dessa tragédia da saúde na Serra nas costas do Estado. O Estado tem sua parcela? Sim. Mas tem muito mais gente envolvida e distante da realidade dos pacientes que sofrem com atendimento precário na saúde. E a gente precisa resolver”.

Pablo criticou a ausência de representantes da Prefeitura na reunião do dia 07, que antecedeu a morte da moradora da Serra e classificou como “bagunça” a gestão de Saúde da Prefeitura: “Parabenizo a Câmara da Serra por participar do debate. Os parlamentares parecem estar preocupados com a saúde no município. Diferente da atual gestão da cidade que sequer teve coragem de enviar representante para uma reunião tão importante que fizemos com vários atores, para debater a abertura do pronto-socorro do Jayme. Quero dizer também que conheço bem a saúde da minha cidade porque vivo a minha cidade. Estou nas UPAs, atendo não uma pessoa, mas dezenas de pacientes que me acionam no meio da bagunça que é a administração municipal. Bagunça que prejudica as pessoas e os profissionais de saúde que se desdobram para fazer o melhor”.

O deputado cobrou dos vereadores mais fiscalização junto a Prefeitura: “Por fim, devo dizer que a falta de ação da prefeitura da Serra é que deve envergonhar tão combativos vereadores serranos, que precisam fiscalizar as ações da prefeitura, que é o papel constitucional do vereador. Eu, como deputado estadual eleito principalmente pelo cidadão da Serra, vou continuar preocupado com a prestação de serviço ao cidadão serrano e vou continuar fiscalizando, junto com meus colegas deputados. E convido também os vereadores, dentro da atribuição constitucional deles, a fazer uma fiscalização séria e comprometida apenas com o cidadão e não com esse ou aquele grupo político. Sempre estarei à disposição dos parlamentares da Serra e, principalmente, do cidadão”.

Serra sem hospital público de porta aberta e superlotação de UPA’s

O Hospital Jayme Santos Neves foi inaugurado em fevereiro de 2013, entre os pontos listados a época pelo Governo do Estado, da qual Casagrande também era o governador, estava a “referência em Pronto Atendimento”. Em sete anos, foram realizados 550 mil atendimentos com o Pronto Socorro aberto ao público 24h. Com a chegada da pandemia no Espírito Santo, o Jayme se tornou unidade hospitalar de referência e o Pronto Socorro foi fechado.

Entretanto, com o arrefecimento da doença, no idos de 2021 para 2022, esperava-se que o Pronto Socorro de porta aberta 24h voltasse a funcionar, já que o Jayme estava praticamente desmobilizado como referência de Covid. Fato que não ocorreu. Vale ressaltar que em maio de 2013, Casagrande também fechou o Pronto Socorro do Dório Silva, que funcionava desde os anos 80, sob a justificativa que não haveria necessidade de deixá-lo aberto, já que o PS do Jayme atenderia a demanda. (Entenda mais clicando aqui)

Dados disponibilizados pela Prefeitura da Serra e já divulgados pelo Tempo Novo demonstram que desde o fechamento do Pronto Socorro do Jayme, houve um aumento significativo no atendimento de moradores de outras cidades nas UPA’s da Serra, que já enfrentavam casos de superlotação mesmo com o Jayme recebendo pacientes de urgência e emergência de porta aberta. (Entenda mais clicando aqui)

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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