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Privatização Futebol Clube

O tema privatização voltou com força total neste período de governo Bolsonaro e se intensificou ao anunciar que os Correios estão inclusos no pacotão que será vendido à iniciativa privada. Os Correios são a única instituição pública federal presente em todos os municípios brasileiros. Além disso, cabe ressaltar que apenas as correspondências são objeto do monopólio postal; mas quando o assunto é encomendas, há uma relação aberta de mercado.

Pode-se questionar o serviço prestado pela empresa; no entanto, é a única que entrega desde o Acre aos pampas gaúchos, praticando preços acessíveis. Para variar, no Brasil, privatização virou tema que divide as opiniões nesse modelo torto de torcidas organizadas de direita e esquerda. No abismo do corporativismo ideológico extremista, perdeu-se a racionalidade.

Assuntos de tamanha complexidade não podem ser tratados com tanta superficialidade. Vendidas como solução para a “ineficiência” pública, privatizar está longe de ser a resposta adequada para os males administrativos e fiscais do país. Basta ver as experiências de privatização do ES.

Para começar, a concessão do fornecimento de energia, que foi entregue para a EDP. Alguém acha que o serviço é bom e o preço é justo? Quem paga a conta luz todo mês pode responder a esse questionamento com o bolso. E a privatização da BR-101, pelas mãos da concessionária Eco 101? A empresa executou apenas 18% do que havia sido acordado em contrato. Mas o pedágio continua sendo cobrado e reajustado todo ano.

Na Serra, a experiência de privatização mais robusta está na gestão do esgoto. A Ambiental Serra está desde 2015 no município e não entregou nada de objetivo que não sejam as obras de ligação na rede de esgoto para cobrar taxa dos moradores. A qualidade dos mananciais é lamentável.

Na outra ponta, existe o Banestes, banco puro sangue capixaba, um dos últimos de sua ‘espécie’ no Brasil. Ano após ano apresenta resultados financeiros cada vez melhores. Alguns confundem livre mercado e privatização. É possível haver monopólio, seja ele estatal ou privado. Esse debate tem que evoluir, mas usando a razão; deixemos as torcidas organizadas para o futebol – que já dão muito problema por lá, diga-se de passagem.

Redação Jornal Tempo Novo

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