Com a chegada do verão se aproximando, as oscilações de temperatura têm chamado a atenção de especialistas da área da saúde. Fenômenos climáticos como o La Niña influenciam diretamente o clima, trazendo períodos de calor intenso intercalados com mudanças bruscas, o que pode impactar o bem-estar da população.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o La Niña deve persistir entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026. No Sudeste, a previsão aponta para temperaturas acima da média e chuvas irregulares, além do risco de eventos extremos de curta duração, como ondas de calor ou frentes frias intensas.
Diante desse cenário, médicos alertam para os efeitos do calor excessivo na saúde. “O calor não causa apenas desconforto. Ele pode impactar a respiração, o sono e o funcionamento geral do organismo”, explica a pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese.
Segundo a médica, temperaturas elevadas, com sensação térmica que pode chegar a 38°C, também afetam a qualidade do ar. “Há maior concentração de poluentes e partículas suspensas, principalmente em áreas urbanas. Isso pode irritar as vias respiratórias, agravar quadros de asma, bronquite crônica e outras doenças pulmonares, além de desencadear alergias”, destaca.
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O calor intenso também pode provocar sintomas como dores de cabeça, náuseas e cansaço excessivo. A hidratação adequada é apontada como uma medida essencial. “Manter o corpo bem hidratado ajuda a preservar a umidade das vias respiratórias e a reduzir desconfortos”, orienta Jessica. Ela alerta ainda que o uso frequente de ar-condicionado pode ressecar o ar, agravando crises alérgicas e respiratórias. “Umidificadores ou toalhas úmidas ajudam, mas é fundamental manter esses aparelhos sempre limpos”, reforça.
Outro impacto significativo está relacionado ao sono. “Altas temperaturas dificultam o descanso. O excesso de calor provoca suor, irritação e despertares constantes, favorecendo quadros de insônia”, explica a especialista. Apesar de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado serem aliados importantes, o uso inadequado também pode causar desconfortos respiratórios.
Grupos de risco, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, merecem atenção especial, pois são mais vulneráveis às complicações causadas pelo calor. A orientação é redobrar os cuidados durante os períodos mais quentes, buscando ambientes ventilados, boa hidratação e acompanhamento médico sempre que necessário.

