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Óleo já está a cerca de 55km do litoral do Espírito Santo

O óleo que contamina as praias do Nordeste está prestes a chegar ao ES e órgãos preparam Plano de Contingência. Foto: Divulgação/Agência Brasil

O óleo que contamina o litoral da região Nordeste está prestes a atingir a costa capixaba. O superintendente do Ibama no ES, Diego Libardi, informou agora a pouco que as manchas atingiram, nesta segunda-feira (04), as praias do município de Nova Viçosa, extremo sul da Bahia.

Segundo Libardi, em linha reta, isso dá cerca de 55 km da praia de Itaúnas, em Conceição da Barra, município do extremo norte do ES. E cerca de 250 km da Serra. Falta apenas transpor o litoral do último município baiano ao sul, Mucuri, para a contaminação chegar ao ES.

O superintendente explicou que no momento que  óleo chegar, será acionado o Plano Nacional de Contingência, o que significa a participação da Marinha e Exército no trabalho de remoção do óleo.

Libardi destacou ainda que nas últimas semanas estão sendo preparados agentes multiplicadores para reforçar o trabalho de monitoramento e limpeza, sendo esse agentes formados por funcionários dos municípios litorâneos e também membros da comunidade, sobretudo pescadores.

Tanto que na tarde desta segunda-feira (04), uma capacitação está acontecendo na Serra para preparar esses multiplicadores. Além de gente da cidade, estão participando representantes de Vitória e Vila Velha neste treinamento, que está sendo ministrado por técnicos do Ibama, ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) e Ipram (Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos). O encontro está acontecendo no prédio da Apa Mestre Álvaro, que fica no Jardim Botânico da Serra Sede.

Pescadores locais já estão sendo impactados

Mesmo que no momento da publicação dessa matéria o óleo ainda não tenha atingido águas territoriais capixabas, pescadores do ES, incluindo os da Serra, já estão sendo atingidos. E isso inclui ainda a rede de peixarias, restaurantes, supermercados e prestadores de serviço à atividade de pesca no Estado.

Isto porque o Governo Federal proibiu, deste a última sexta-feira (01) a pesca de camarão e lagosta na região de Abrolhos no extremo sul da Bahia. E lá está o principal pesqueiro dos profissionais capixabas, explicou na última semana o Presidente da Federação das Associações dos Pescadores, Manuel Bueno dos Santos, o Nego da Pesca. A proibição é, a princípio, até 31 de dezembro.

A proibição é por conta do risco de contaminação química e ocorre num período em que a pesca dos crustáceos estaria liberada normalmente, pois o defeso na região é entre 15 de abril e 15 de maio e entre 15 de setembro e 15 de novembro. Segundo Bueno, os pescadores capixabas estão tentando conseguir o auxílio defeso extra como o já prometido para os profissionais nordestinos afetados. O valor é de R$ 998.

Sobre a inclusão, o superintendente do Ibama no ES, Diego Libardi, disse que esses pescadores devem ser incluídos no defeso extra se o óleo chegar às praias do ES.

Na última sexta-feira a Polícia Federal apontou um petroleiro ‘Boubalina’ de empresa  grega Delta Tankers Ltd, que fazia o transporte de petróleo cru entre a Venezuela e Malásia, como o principal suspeito do derramamento, que teria ocorrido  no final de julho, a cerca de 700 km da costa do Nordeste. A empresa nega.

Óleo tem alta toxidade e é risco para vida do mar e humanos  

O material que está contaminando as praias nordestinas e na iminência de atingir a costa capixaba por conta das correntes marinhas, é petróleo cru (não processado). De acordo com documento da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Ageu Magalhães (IAM) e Laboratório de Saúde e Trabalho (Lasat), a substância é altamente tóxica, além de inflamável.

O documento trata o episódio como não só emergência ambiental, mas de saúde pública. E pede atenção do Sistema Único de Saúde tenha protocolo específico para pescadores, banhistas, funcionários de instituições públicas e voluntários que estão trabalhando na limpeza e outras pessoas que tiveram contato com óleo.

Recomenda também uso de EPI´s para todas as pessoas, voluntárias ou não, que estão trabalhando na limpeza das praias.

Pede ainda atenção com intoxicações decorrente do consumo de pescado contaminado. Por fim, recomenda que “fortemente” a população não fazer uso recreativo das praias afetadas  e nem consumir pescados extraídos delas.

Por fim alerta que além de gerar intoxicação aguda e crônica, o petróleo é também cancerígeno.

 

Redação Jornal Tempo Novo

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