Por Ayanne Karoline
O balanço do Ministério do Trabalho mostrou o impacto da crise econômica na geração de empregos formais na Serra. A cidade perdeu 9.680 postos de trabalho em 2015. O número representa o balanço entre admissões e demissões no período.
Com isso a cidade perdeu praticamente todos os postos conquistados entre 2012 e 2014. Desde 2002, data em que passou a existir a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o município nunca havia ficado no vermelho.
O setor com pior resultado foi o de “Serviços”, com perda de 4.148 empregos. Para o economista Mário Vasconcelos, o corte no orçamento das famílias refletiu diretamente nesta baixa. “O país está em crise, os juros altos, a inflação alta e as famílias endividadas. Os consumidores cortaram ou diminuíram gastos com serviços como salão de beleza, restaurantes, manutenção. Consequentemente, os empresários tiveram prejuízo e precisaram demitir”, explica.
Cidade mais industrializada do ES, a Serra perdeu 1.343 no setor. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Metalurgia e de Materiais Elétricos do ES (Sindifer), Manoel Pimenta, o resultado já era esperado e o saldo negativo deve se repetir nos próximos meses. “Com a retração na economia, as empresas não estão investindo e sim demitindo. Mas apostamos nas empresas que investem no desenvolvimento de tecnologia para agregar valor. É época de grandes desafios que poderão criar oportunidade de melhoria nos processos produtivos”, avalia.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, Erly Vieira, a Serra gera muitos empregos e isso justifica o volume grande de desemprego com a crise. “Por isso, buscamos instituir programas de incentivo aos empresários, como o Desenvolve Mais Serra, para que em 2016 eles invistam, em vez de demitirem”, frisa.
Setores que mais perderam vagas


