Uma cobrança antiga de ativistas culturais, a revitalização das ruínas do Sítio Histórico do Queimado, na região rural da Serra, pode finalmente sair do papel.
Isto porque a Prefeitura da Serra divulgou o projeto de revitalização do local que inclui iluminação, paisagismo, melhoria do acesso e restauração da igreja e do cemitério. A ideia é melhorar infraestrutura, serviços e equipamentos na região sem descaracterizar o ambiente.
Símbolo da resistência contra a escravidão dos negros, o sítio foi palco, em 19 de março de 1849, da Insurreição de São José do Queimado. A revolta teria sido deflagrada após uma promessa não concretizada de liberdade, feita pelo frei italiano Gregório José Maria de Bene aos escravos da região, que na época tinha grande importância econômica no ES.
Atualmente as ruínas estão em risco de desabamento. Ficavam em área particular, tendo sido doada, no ano passado, ao município. Com a doação, a Prefeitura da Serra elaborou projeto de revitalização e a próxima etapa é de captação de recursos para início das obras. São cerca de R$ 3,7 milhões previstos para realização das intervenções.
O tema vem sendo discutido pela Prefeitura da Serra com os mais diversos segmentos: Fórum Chico Prego, Centro de Defesa de Direitos Humanos (CDDH), Conegro, Conselho Municipal de Cultura, Agentes Pastorais dos Negros, Religiões de Matrizes Africanas, Academia de Letras e Secult.
Nesta quinta-feira (17), a partir das 18h30, durante a sessão solene para comemorar os 167 anos da Insurreição de Queimado na Câmara Municipal da Serra, será entregue à presidente da Fundação Palmares, Cida Abreu, uma cópia do projeto de revitalização. “Será um importante passo para a captação de recursos, já que a Fundação faz a intermediação junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, diz a vice-prefeita, Lourência Riani.
Atividades para comemorar a data. Confira: