O Governo do Estado apresentou, na tarde desta sexta-feira (14), o programa Mulher Segura ES, uma iniciativa que incorpora novas tecnologias à política de enfrentamento à violência contra a mulher. O lançamento ocorreu durante coletiva de imprensa realizada às 14 horas e marcou a introdução de um sistema inédito de monitoramento em tempo real de agressores, que passa a integrar a atuação das forças de segurança capixabas.
O novo mecanismo prevê o acompanhamento constante do agressor por meio de tornozeleira eletrônica, enquanto a vítima receberá um smartphone equipado com aplicativo de segurança. A tecnologia permite que as autoridades acompanhem, em tempo real, possíveis violações de distância mínima determinada pela Justiça, emitindo alertas imediatos em situações de risco. O objetivo é reforçar a proteção de mulheres sob medida protetiva, garantindo resposta mais rápida em casos de descumprimento.
De acordo com a Secretaria de Seguraça Pública do Espírito Santo (SESP), o programa consiste na integração de ações coordenadas pela própria junto com a Secretaria de Justiça, Secretaria de Defesa Social e das Mulheres, Ministério Público, Secretaria de Economia e Planejamento e Tribunal de Justiça do Espírito Santo. O objetivo é fortalecer a proteção das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Como funciona?
Segundo a Sesp, o autor de violência doméstica usará uma tornozeleira eletrônica e a pessoa beneficiada com a medida de proteção receberá uma Unidade Portátil de Rastreamento (smartphone) que funcionará em modo quiosque. “A interação entre a tornozeleira eletrônica com o smartphone, cria a zona de exclusão móvel (local onde o monitorado não pode ingressar)”.
Leia também
Os procimentos para monitoramento eletrônico funcionarão na seguinte ordem:
- Determinação judicial de monitorament eletrônico;
- Envio de ofício com as regras para o setor resposável pelo monitoramento eletrônico SUBME/SEJUS;
- Orientação e instalação da tornozeleira eletrônica na pessoa autora de violência doméstica e familiar contra mulher;
- Encaminhamento para os serviços da rede e atenção diferenciada pelo programa Mulher Segura;
- Orientação e entrega do dispositivo eletrônico (smartphone) à mulher beneficiada (Polícia Civil);
- Vinculação dos equipamentos eletrônicos;
- Início da Monitoração Eletrônica;
- Acionamento imediato das forças de segurança, em caso de descumprimento das regras (violações).
Unidade portátil de rastramento
A unidade portátil de rastramento funciona dois tipos de alertas. No modo de Alerta 1, aação é automatizada assim que o monitorado ingressa na zona de exclusão.

Já o modo de Alerta 2, o acionamento é realizado de forma manual pela própria vítima que pressiona o botão “PRECISO DE AJUDA”.

Alertas de violação e providências
Dentro do sistema existem cinco tipos de alertas de violação em aberto:
- Zona de exclusão: onde o monitorado não pode estar
- Integridade do equipamento: dispositivo ou pulseira
- Descarga de bateria
- Detecção de movimentação sem sinal: GPRS e GPS
- Zona de Inclusão: onde o monitoramento deve estar
Caso o alerta de violação da zona de exclusão seja ativado as providências são as seguintes:
- Alerta vibratório e sonoro em ambos os dispositivos;
- Envio de SMS e whastsapp para o telefone celular do monitorado;
- Ligação automática para o monitorado e para a beneficiada;
- A UPR (smartphone) exibirá a localização em tempo real do monitorado;
- Contato telefônico do operador da Central de Monitoramento com o monitorado e com beneficiada;
- Acionamento da Polícia Militar (PMES), caso o monitorado não atenda a ligação ou se recuse a acatar as orientações do operador do monitoramento.

