Mesmo com o sol tímido dos últimos dias, o verão atrai milhares de visitantes às praias da Serra e isso tem movimentado a economia local. E um dos setores que aumenta o faturamento é o de pesca e comércio de peixes. De acordo com profissionais de diversos balneários, as vendas crescem em média 30% nesse período. Dentre os comerciantes ouvidos pela reportagem, apenas um não teve aumento nos negócios.
Profissional de pesca e dona de banca na peixaria da Associação de Pescadores de Jacaraípe, Míriam de Fátima Scheneider diz que esse verão está sendo muito bom. “Junto com a maior presença de turistas, janeiro é época de dourado, um peixe muito apreciado na moqueca. E também de peroá, um dos preferidos na hora de fritar. Isso ajuda a impulsionar as vendas, que estão de 25% a 30% mais altas que em outros meses”, revela.
Em outro ponto do litoral da Serra, Carapebus, a clientela que adora um pescado também cresceu. O pescador Otávio Nascimento Braz disse que as vendas estão 30% maiores do que em outros períodos do ano.
Em Praia Grande, balneário do município vizinho Fundão e que fica ao lado do tradicional balneário serrano de Nova Almeida, o cenário se repete. Segundo o comerciante Paulo Sérgio Conceição, da peixaria Box do Sérgio, as vendas geralmente crescem mais de 20% na alta temporada. Mas neste ano está melhor ainda, pois aumentou de 25% a 30%.
“Tem muito turista e a maior parte dos meus clientes nessa época é o pessoal de Minas Gerais. Creio que nesse ano as vendas melhoraram, porque o preço da carne está muito alto. Vendo muito cação, dourado e camarão. O camarão sete barbas agora está no defeso (de 01/12 a 01/03), mas trabalho com estoque pescado antes e declarado ao Ibama”, lembra.
Proprietário da Peixes & Mariscos do Peroá em Manguinhos, Rafael dos Santos Barbosa não notou melhora nas vendas desse verão. “Não deixo de vender peixes, estou há dez anos com a loja, mas senti queda nos últimos anos. A lama (da Samarco) e, mais recentemente, o óleo no mar me prejudicaram, pois muita gente passou ter receio de comer peixes e mariscos. Mas outro fator que me atrapalhou bastante é o aumento da violência em Manguinhos nos últimos anos, o que afastou alguns compradores daqui”, avalia.
No entanto, Rafael tem expectativa de melhorar os negócios no Carnaval. “Apesar do problema da violência, Manguinhos ainda é referência e atrai muita gente nesse período, por isso há boa expectativa”, conclui.