Mortes por Covid-19 podem triplicar no ES em oito dias, aponta estudo

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Coveiros com proteção especial no cemitério de São Domingos, região da Serra Sede. Vala gigante foi aberta no local. Foto: Divulgação/Prefeitura da Serra
Coveiros com proteção especial no cemitério de São Domingos, região da Serra Sede. Vala gigante foi aberta no local, mas prefeitura nega que tenha sido por conta da pandemia. Foto: Divulgação/Prefeitura da Serra

Pode triplicar até o próximo dia 09 de maio o número de mortes e contaminados pela Covid-19 no Espírito Santo. É o que aponta nota técnica divulgada esta semana pelo Núcleo de Estudos Epidemiológicos do Governo do Estado.

A nota, que é baseada em levantamento feito por pesquisadores da Ufes e do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), usou modelo matemático baseado na disseminação em território capixaba nas últimas semanas e previu dois cenários para daqui oito dias. O pior deles, aponta para 327 mortes – hoje (01) há 101 vidas perdidas para a Covid-19 no ES, conforme dado atualizado pelo Governo Estadual.

Nesse cenário, o número de casos positivos para coronavírus saltaria dos atuais 2.913 para 10.915. Mais que o triplo dos números atuais. Segundo o estudo, essa projeção é baseada na taxa média semanal da disseminação da doença entre os últimos dias 08 e 22 de abril no Espírito Santo.

Já o segundo cenário projetado, que se fundamenta na taxa média semanal de propagação da covid-19 entre os últimos dias 15 e 22 de abril no Estado, prevê 236 mortes e 7880 casos positivos de coronavírus até 09 de maio.

Na nota técnica, os pesquisadores ressaltaram que, até a data da publicação do estudo, o número de casos confirmados se aproximou mais do cenário dois. Estiveram até um pouco abaixo. Mas esses pesquisadores ponderaram que problemas nas máquinas de testes PCR do Laboratório Central do Estado (Lacen) na última semana pode ter causado represamento de testes, interferindo na curva de crescimento dos casos, dando falsa impressão de desaceleração do contágio no ES.

O estudo também alerta para o colapso no sistema de saúde da Grande Vitória nos próximos dias. Isso porque prevê que caso haja redução do isolamento social entre os moradores das quatro maiores cidades da região metropolitana, a velocidade de disseminação do vírus crescerá ainda mais e o número de pessoas que precisará de atendimento hospitalar até o fim da quinzena saltará 48%.

Vale lembrar que até a tarde desta sexta-feira (01), dados da Secretaria de Saúde do ES apontava que 68% dos leitos de UTI para covid-19 já estavam ocupados. E que 54% dos leitos totais, incluindo enfermarias, também já tinham pacientes.

Assinam a nota técnica que projeta o cenário da pandemia da covid-19 para os próximos no ES os pesquisadores da UFES  Ethel Maciel, Eteraldes Gonçalves Júnior, Fabiano Petronetto do Carmo, Hélio Gomes Filho, Gustavo Ribeiro. E do Instituto Jones Santos Neves, o pesquisador Pablo Lira.

 Doença é mais letal na Serra, que lidera óbitos

Até a tarde desta sexta-feira (01), a Serra já tinha 36 mortes de pacientes que testaram positivo para a doença. O dobro de Vila Velha e Vitória, ambas com 18 casos. Chama a atenção também a taxa de letalidade no município serrano, que é de 5,83%. Em Vila Velha, Vitória e Cariacica, a taxa é, respectivamente, de 2,44%, 3,06% e 3,07%.

A Serra já registrou 617 casos da doença. Vila Velha, 737. Vitória, 388 e Cariacica, 358. Os números fora atualizados hoje pelo Governo Estadual.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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