Moradores de Nova Almeida se unem e restauram o banco que fica no deck de Reis Magos

O grupo de Nova Almeida denominado Guardiões do Monumento de Reis Magos se uniu para restaurar o banco da praça do deck que fica no entorno do templo. O trabalho já está pronto e sendo usado pelos frequentadores da área.

Os trabalhos de restauração do ‘Banco de Reis’ duraram cerca de 30 dias e todo o serviço foi doado por moradores, artistas, pedreiros e comerciantes da comunidade. Foram utilizados materiais reciclados de construções como sucatas de azulejos e a arte do mosaico toda em azulejo português.

Madalena Krug, que mora do lado da Igreja de Reis Magos, foi uma das artistas plásticas que doou seu trabalho e também quem batizou o equipamento público como ‘Banco de Reis’.

“Essa rua nossa, a gente já cuida dela. Eu via ali, aquele mato crescendo e vendo esse tanto de incêndio por aí. Fui sentar no banco e tudo quebrado, pensei, ah não é possível! Veio a ideia de consertar o banco, para receber nossos visitantes, para os moradores utilizarem e para aquele que vai tocar sua viola lá no fim da tarde. Pensei, vou restaurar esse banco, então procurei o Conselho de Cultura da Serra e a Nanda me apoiou”, destacou a artista Madalena Krug.

Madalena disse que depois disso foi em busca de parceiros. “Fomos em busca de parceiros e o Rick assumiu comigo. Tomei coragem e partimos para o trabalho. Fiz as medidas e fiz um croqui do banco e pensamos no material que tinha. Alguns azuis, outros brancos. Estudei a situação do patrimônio histórico que é uma obra barroca e veio a ideia do azul e branco dentro de um contexto de azulejo português. Quem tinha um pouco de material trouxe, onde encontramos mais a gente comprou, fomos a ferro velho e lojas e conseguimos. A obra tomou cor e se tornou possível”, conta.

Também foi Madalena que teve a ideia de colocar um cinzeiro para os fumantes, para evitar possíveis incêndios na vegetação da encosta de Reis Magos que sempre está muito seca. “Qualquer bituca de cigarro jogada ali pega fogo e será um problema. Por isso a ideia, o fumante pode sentar ali, curtir a paisagem e jogar sua bituca no local correto. Desta forma conservamos também o nosso meio ambiente”.

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Em conversa com o Tempo Novo, Fernanda Vieira, presidente do Conselho de Cultura da Serra, disse que o objetivo do projeto é preservar o local e dar visibilidade ao espaço, atraindo o olhar dos turistas e contemplar a beleza que existe para a área.

Participaram também do restauro do Banco de Reis, os colaboradores Rick, Vander, Alexandre, Henrique, o pedreiro Isaías que doou sua mão de obra, Tiago Carreiro e Roberto Catirica,  além de alguns moradores e comércios locais.

A artista Cristina Siqueira fez algumas poesias para descrever o trabalho realizado pelo grupo. “Mosaico diz muito deste espírito fragmentado, deste refazer-se do descarte, dar vida aos cacos. Recortar arestas, criar ângulos, preencher frestas, criar a forma que se esboça no imprevisível. E depois assentá-la, desta feita foi um banco. – Como é que pode em pouquíssimo tempo extrair do que inexiste, o concreto, trazer para o plano das ideias o impossível, criar assunto fora dos padrões anormais da vida. Oferecer o assento para relaxar e daí sim, por todos os pingos nos  “ Is “, o acento justo, o detalhe, a diferença para fazer bem feito”.

E continuou: “Não existia nada, era um oco no espaço e no tempo. Uma pausa onde um a um se apresentaram gente, pessoas com a chama doida pra sair e incandescer.  Multiplicação de mãos em “ tudo a fazer “ com prazer, coração acordando em pulso de fé a todos, todo dia. Uma turma esperta que iria ao banco,  não ao Banco do Brasil, pois estavam com a carteira vazia. Levavam ferramentas, cacos de vidro azul e branco, levavam a força do trabalho irmão. Levavam suas vidas expressas em suas mãos. Seus ofícios dispostos num banco em semi círculo para assuntar estrelas e com elas conversar. E às costas a Igreja dos Reis Magos oferecendo o palco para o homem se reconhecer filho de Deus”, finalizou Cristina.

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