O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Cível e da Infância e Juventude da Serra, instaurou, nesta sexta-feira (22), procedimento para apurar as circunstâncias da queimadura sofrida por um bebê recém-nascido no Hospital Estadual Jayme Santos Neves (HEJSN).
De acordo com o ministério, “a apuração busca esclarecer os fatos e eventuais responsabilidades, em consonância com a missão institucional do MPES de defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.
A Promotoria de Justiça Cível e da Infância e Juventude da Serra encaminhou ofício à Associação Evangélica Beneficente Espírito-santense (AEBES), entidade gestora da unidade hospitalar. “MPES requer informações sobre a instauração de sindicância interna, as medidas adotadas para minimizar os danos e os encaminhamentos previstos após o incidente”.
Também foram enviadas comunicações ao Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e ao Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES), para que as entidades avaliem possíveis falhas de conduta de profissionais de saúde e adotem, se cabível, as sanções pertinentes no âmbito de suas atribuições.
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Em nota, o MPES reforça que mantém ainda contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em razão do contrato vigente com a AEBES, a fim de garantir todo o suporte necessário à recuperação do bebê, incluindo fornecimento de medicamentos e realização de tratamentos adequados.
Entenda o caso
Um bebê recém-nascido sofreu uma queimadura grave no pé dentro do Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra, poucas horas após o parto. O caso aconteceu no dia 19 de agosto e foi denunciado pelos pais da criança, Sara e Breno Felipe. O filho do casal, chamado José, precisou ser transferido para o Hospital Infantil, em Vitória, onde está internado na UTI Neonatal e deve passar por cirurgia.
Sara relatou que deu entrada no Hospital Jayme no dia 18 de agosto para a indução do parto, já que a gestação era considerada de risco devido à pressão alta. José nasceu saudável no dia seguinte, após parto normal, mas, segundo a mãe, pouco tempo depois foi levado para o berço aquecido porque estava com a temperatura abaixo do ideal.
A mãe afirma que, durante esse procedimento, uma profissional teria aquecido um algodão em uma lâmina de metal e colocado dentro da meia do bebê, recolocando em seguida o macacão. Em poucos instantes, José começou a chorar intensamente. Logo depois, segundo ela, foi percebido um cheiro de queimado. Ao retirar a roupa, o pé da criança já estava lesionado.
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