
O América ES, time de futebol feminino de Planalto Serrano, que tem lutado para se manter em competições profissionais, foi o campeão do Torneio Solidário Alterosas que aconteceu no último sábado (05) e também do Quadrangular Fut7 Feminino do Instituto Unidos no domingo (6).
Em Alterosas, as meninas do América ganharam nas semifinais do Fortaleza de 3×1. A final foi em cima do Adventista com uma vitória de 2×1.
Já em Nova Almeida, no Quadrangular de Fut7, a semi foi contra o time Universos e o América bateu 3×1. A final foi contra o Juventude e a vitória veio também com um placar de 3×1.
Agora as meninas, seguem para o Estadual de 7, cuja estreia acontecerá no próximo dia 18, às 20h15, em Colatina, contra o time do Vila Nova Futebol Feminino. No dia 19, o América também vai duelar, às 11h, contra o Sport Club Arsenal e às 17h30, contra o Colatina F7. Os jogos acontecem também em Colatina.

À frente da equipe está o técnico Marcos Costa que conta que a visibilidade de duas das meninas do clube já chegou a times de fora do Estado. “Maria Eduarda, de 14 anos e Lara de 16, irão fazer testes para times do Rio de Janeiro e Minas Gerais”.
O América ES, de Planalto Serrano, atende 22 meninas, que amam o esporte e querem uma oportunidade para deslanchar na carreira de atleta. Para conseguir participar das competições, o técnico do clube e as jogadoras vendem biscoito de porta em porta e em comércios, fazem rifas e muitas vezes investem dinheiro de seu próprio bolso para dar luz ao sonho de se tornar jogadoras profissionais.
Segundo Costa, que é o técnico do América ES, o projeto surgiu há quatro anos e há 12 meses, começou as atividades como time. “O clube começou por meio de esposas e namoradas de atletas do time masculino. Trabalhamos com meninas do Planalto Serrano e bairros adjacentes. Hoje temos 22 meninas no time A e B. Mas nosso projeto é liberado para jovens acima de 12 anos que queiram um espaço no futebol e que tem compromisso com o esporte. Nossa equipe principal já conta com meninas acima de 14 anos com grandes talentos. O espaço do América ES é aberto para todas”, conta Costa.
Em apenas um ano, as meninas do América ES já conseguiram participar de competições oficiais como a Copa ES, Taça ES, Copa América, Copa Serrana e Copa Silme. “Agora estamos treinando para os torneios Metropolitano e o Estadual de 7, este último vamos brigar por uma vaga no Brasileiro”, destaca o técnico.
Para participar das competições, as meninas vendem biscoitos que são comprados com dinheiro das próprias atletas e também do técnico Costa. “Compramos os produtos de uma empresa de Minas Gerais e revendemos. Também fazemos rifas e eu completo muitas vezes os valores que faltam com dinheiro do meu próprio bolso”, explica.
Convite para Copa do Brasil
Costa conta que a equipe do América ES foi convidada para participar da Copa do Brasil de futsal, que acontecerá em Santa Catarina. Convite ainda não aceito por falta de verba.
“Fomos convidados para disputar a Copa do Brasil de futsal que vai acontecer em Santa Catarina. Os custos são altos, mas estamos tentando fazer de tudo para irmos, pois pensamos no futuro dessas atletas. Nós ainda não sabemos se vamos, mas estamos lutando para que sim. Se alguém empresário, comerciante quiser nos ajudar, apoiando este projeto, pode entrar em contato comigo pelo 27 98124-6865”, declara.
Costa também pontua uma dificuldade simples de resolver, mas que tem gerado muitas complicações para as meninas: um local para treinar. “Espaço para treinar as meninas é uma das nossas dificuldades. Nós treinávamos no Campo do Armezinio, no Bloco A, aqui mesmo em Planalto Serrano. Hoje não podemos mais treinar lá e foi uma luta para achar outro espaço, chegamos a pagar para utilizar outros espaços. Esta semana, o líder comunitário do bairro Pitanga vendo as nossas dificuldades cedeu a quadra para que nós treinássemos, porém os gastos com transporte são grandes”.
Costa conta que o ideal seria continuar o treinamento em Planalto Serrano. “Faço aqui o apelo ao responsável pelo campo do Planalto Serrano do Bloco A que dê uma atenção especial para nosso projeto, pois estamos tendo gasto muito grande para sair com a equipe e treinar em outros bairros. Nós somos uma equipe que representa o bairro em grandes competições e estamos tendo essa dificuldade. Infelizmente, o futebol feminino ainda é muito desvalorizado”, finaliza o técnico.

