Mais da metade das mortes por causas externas no ES envolve álcool ou outras substâncias, diz estudo

Compartilhe:
Foto: divulgação.

Nesta quinta-feira (11) a A Rede Abraço e a Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) apresentam os resultados da pesquisa “Painel Pericial de Substâncias Psicoativas do Espírito Santo (Paspes)”. O evento tem início às 14h, no auditório do Centro de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD Vitória).

O estudo que será apresentado reúne informações sobre a relação do álcool, drogas, medicamentos e agrotóxicos em vítimas de óbitos por causas externas em 11 municípios do Estado: Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha, Vitória, Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Ibiraçu. A pesquisa traz ainda variáveis sociodemográficas (sexo, idade e raça/cor), a fim de compreender melhor a influência dessas substâncias nos óbitos.

Dados

Para o estudo, foram utilizados dados de vítimas de mortes por causas externas examinadas pelo Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, entre os anos de 2013 a 2023, e dados de laudos toxicológicos produzidos por um laboratório forense.

Do total de 7.573 casos examinados, mais da metade (51,06%) apresentou resultado positivo para a presença de pelo menos alguma das substâncias pesquisadas. A substância mais detectada nas amostras foi o álcool, presente em 26,9% dos casos, seguida da cocaína e maconha.

O incidente classificado como homicídio foi registrado em um terço (33%) dos casos do Painel. O perfil mais prevalente entre as vítimas são homens pardos, com idade entre 18 e 29 anos. A substância mais detectada foi a cocaína (32,7% dos casos) seguida de álcool (30,8%).

Em todas as ocorrências houve prevalência do sexo masculino, com exceção dos casos de intoxicação exógena (quando uma pessoa fica doente porque entrou em contato com algo tóxico que veio de fora do corpo) — mais comum em casos de suicídio de mulheres. Nesses casos, as principais substâncias detectadas foram os benzodiazepínicos — uma classe de medicamentos que inclui ansiolíticos, sedativos, relaxantes musculares e remédios usados para dormir.

A pesquisa:

A coordenação do estudo é de Mariana Dadalto, doutora, perita e chefe do Laboratório de Toxicologia Forense (LABTOX) da PCIES. A pesquisa foi financiada pelo Programa Rede Abraço, por meio do Edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), e foi coordenada pela PCIES, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), campus Serra.

Quer receber notícias diretamente no seu email? Preencha abaixo!

Sua inscrição não pôde ser concluída. Tente novamente.
Enviamos um e-mail para você. Se não aparecer na caixa de entrada, dá uma olhadinha no spam.

Notícias da Serra/ES no seu email

Resumo diário, gratuito e direto no seu e-mail:

Foto de Mari Nascimento

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

Leia também