Por Yuri Scardini
O anúncio de que Márcia Lamas irá para a Secretaria de Educação colocou lenha na fogueira política da Serra, por ela ser a mãe do deputado estadual Bruno Lamas, que tem se colocado com pré-candidato a prefeito pelo PSB.
Além da Educação, está no forno passar para o deputado o comando da Secretaria de Turismo, fato que ainda não se consolidou em função da falta de um nome à altura para ocupar a pasta.
A leitura do mercado político foi a de que com as indicações, principalmente a de sua mãe, Bruno sai definitivamente da condição de pré-candidato para se aliar ao prefeito Audifax Barcelos (Rede), na busca de sua reeleição.
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Outra leitura é a de que Bruno vem de fato como candidato a prefeitura da Serra, pois Audifax teria interesse em crescer o poder do deputado Lamas como forma de prepará-lo como um forte aliado num possível segundo contra Sérgio Vidigal (PDT). Essa medida seria para contrabalancear a possível dobradinha do pedetista com os tucanos de Vandinho Leite, que dão sinais de proximidade com o Vidigal e já conversam sobre aliança no segundo turno.
O fato é que a mudança na Educação atiça o meio político e cria uma série de interrogações. Estaria Bruno fazendo uma política individual, descolada do partido? Ou já é uma estratégia vislumbrando o segundo turno, colocando o embate: Audifax/Bruno vs Vidigal/Vandinho?
De qualquer forma, Bruno busca se fortalecer e assim distanciar-se de Vandinho, que deverá ser seu adversário em eleições posteriores. Para isso vem se aproximando cada vez mais do governador Paulo Hartung (PMDB), que tem uma afinidade pública e notória com os tucanos.
O deputado serrano é jovem. É bem possível que o futuro da política na Serra passe por ele. A semente que se planta hoje se colhe amanhã. Assim como Vidigal soube se posicionar em 1992 e colheu os frutos em 1996 quando foi prefeito pela primeira vez, Bruno demarca posição agora de olho em 2020.
Discursos vãos e o Trevo da Morte
Acidente grave entre ambulância e caminhão deixa mortos na BR 101, na Serra. Carro capota e vítima fica presa às ferragens na BR 101 na Serra. Motoqueiro tem o corpo dilacerado após se chocar com um carro na BR-101 na Serra. O que todas estas notícias trágicas têm em comum? O Km 261, na entrada do Bairro Cidade Pomar, que não por acaso está sendo chamado de Trevo da Morte.
As obras que foram iniciadas em 2009 e deveriam ter sido concluídas em outubro de 2013 estão paradas e longe de serem acabadas. Enquanto isso, o sangue escorre pelo asfalto esburacado do trecho.
A Eco-101, que novidade, diz que não é com ela. Ganha o bônus dos pedágios, mas rejeita o ônus das obras de infraestrutura necessárias no Trevo da Morte.
Já o prefeito Audifax se acomoda no discurso de que “já” entrou na Justiça e joga a bola para o burocrático Poder Judiciário e suas várias instâncias. Na bancada federal capixaba, se vê um show de discursos vagos. Ninguém faz uma articulação madura em Brasília junto ao Ministério dos Transportes e seus órgãos.
Três vezes prefeito dessa cidade e atual deputado federal, com quase 100 mil votos só na Serra, Sérgio Vidigal que quer voltar para a cadeira novamente, fez no ano passado um debate sobre “os desafios que colocam a cidade como o trecho mais violento das rodovias federais no Brasil” e nem sequer mencionou o Trevo da Morte. Falou de passarelas, de ciclovias, de fiscalização.
Ali é necessária política pública de verdade. Largar de mão a briga política e fazer jus ao compromisso firmado com a Serra.
E o deputado federal Givaldo Vieira? Também quer ser prefeito, está no partido que governa o Brasil, mas parece que não tem interesse no tema. Manato? Lelo? Cadê todo mundo? Para falar mal de Cunha, PT e cia, todo mundo é muito firme, agora para colocar uma gaze nesse banho de sangue que acontece naquele trecho, todo mundo some.
