
Motivada por conflitos em torno de uma herança familiar, uma irmã e seu marido mandaram matar o próprio irmão. Essa é a conclusão da Polícia Civil que desvendou um crime ocorrido na Serra em outubro de 2020, no bairro São Marcos, na região de Serra Sede. A vítima do homicídio é o açougueiro Cleuton Lopes da Silva, de 32 anos, que morreu quando voltava do trabalho.
Apesar de o crime ter ocorrido em 2020, a Polícia conseguiu prender os suspeitos na última segunda-feira (07). A irmã, uma mulher de 40 anos, identificada como Leilza Lopes de Moraes, foi presa na Praia do Suá, em Vitória, onde atuava como auxiliar de serviços gerais. No mesmo dia, o cunhado de Cleuton, o dentista aposentado Flávio Amado de Moraes, de 61 anos, também foi preso, no bairro Jacaraípe, na Serra.
De acordo com a Polícia, o casal Leilza e Flávio planejou a morte do açougueiro e contrataram dois pistoleiros para executar o serviço ao custo de R$ 8 mil. A vítima foi morta com tiros que atingiram a cabeça e as mãos, enquanto aguardava o portão de casa ser aberto em São Marcos.
Ainda segundo a investigação da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, um dos executores, chamado José Carlos Rodrigues Soares de 43 anos, foi assassinado quase 1 anos depois do crime, em 1º de julho de 2021, no bairro Putiri. As suspeitas apontam que se trata de queima de arquivo. Ele foi morto no que se chama de ‘microondas’, que é quando a pessoa é colocada dentro de pneus e queimada viva.
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Já o segundo executor, Breno Azevedo Chaves, de 33 anos, foi preso em 4 de janeiro deste ano, no bairro São Marcos, três dias antes da prisão do casal suspeito de ser o mandante do crime. Com ele, foram apreendidos um revólver calibre 380, um silenciador e munição.
Segundo o delegado adjunto Ramiro Diniz, as investigações apontaram que o pai de Cleuton e Leilza, após sua morte, deixou algumas terras no Maranhão e no Pará a título de herança familiar, e isso teria iniciado uma disputa entre os irmãos culminando no assassinato de Cleuton.
“Devido ao desacordo, a Leilza mandou mandar o irmão. Foram dois os mandantes, a Leilza e seu esposo Flávio. O contrato formal foi feito duas semanas antes do homicídio. Eles pagaram R$ 8 mil aos executores. Eles não falaram nada. Tinham sido interrogados no início de 2021 e agora as prisões foram para cumprir o mandado”, explicou.

