Um estudo publicado pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), na revista The Lancet Oncology, revelou que a inalação do vapor de gasolina automotiva pode causar câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda em pessoas adultas.
Entre os profissionais que estão mais vulneráveis ao risco dessa exposição estão os frentistas, entre outros trabalhadores que lidam diretamente com o combustível, seja na produção, transporte e reabastecimento de veículos.
“A gasolina contém em sua composição, entre outros aditivos, uma substância chamada benzeno, que é altamente tóxico e cancerígeno. E a via de contaminação mais grave é a respiratória, uma vez que esse componente é absorvido, chegando à corrente sanguínea e distribuindo-se pelos tecidos do corpo”, explicou a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa.
Na avaliação da médica, é necessária a implantação de medidas de segurança para evitar a inalação prolongada desses componentes químicos mais prejudiciais.
“Outras evidências científicas já mostraram os riscos dos inalantes da gasolina para a saúde, mas cada estudo novo sobre o assunto reforça a necessidade de proteger as pessoas que têm contato direto e prolongado com essas substâncias tóxicas. As pesquisas servem justamente para ajudar a identificar onde estão os riscos e como se precaver das ameaças que podem causar doenças”, destacou Virgínia.
A oncologista ainda aponta algumas medidas para minimizar o contato com inalantes da gasolina: “Evitar cheirar a tampa do veículo, e caso o uniforme seja molhado pelo combustível, é preciso providenciar a troca da vestimenta para evitar o contato direto do produto com o corpo. Outra medida importante é fazer exames médicos regulares de sangue e de urina para monitorar a saúde”.