Idoso brutalmente espancado por pedofilia na Serra era inocente, diz polícia

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O crime aconteceu no meio da rua no dia 30 de maio deste ano. Foto: Divulgação

O idoso que foi brutalmente espancado até a morte no bairro Central Carapina, na Serra, em maio, era inocente e foi morto injustamente, segundo a Polícia Civil. A conclusão do inquérito não encontrou nenhum indício de que o idoso tenha abusado sexualmente de duas crianças e ainda desmentiu a versão contada pela mãe das meninas.

Para quem não se lembra o idoso foi acusado pela mãe de duas meninas de ter abusado sexualmente das mesmas, fazendo com o senhor de 74 anos fosse morto a pauladas no meio da rua no dia 30 de maio deste ano.  A família do idoso negou que houvesse estupro e dizia que o idoso tinha sido alvo de perseguição.

As pauladas foram registradas em vídeos feitos por celular e compartilhada em redes sociais. Nas imagens que circularam na época era possível ver as agressões e ouvir alguns moradores falando e comemorando o ocorrido. “Estuprador na favela ai óh… é isso ai mesmo que acontece! (sic)”.

Pelo menos 30 pessoas assistiram a cena do idoso sendo espancado. Conhecidos da família contam que a mãe das crianças era casada e teve dois filhos e se separou do marido e teve um relacionamento amoroso com o idoso. “Esse senhor deu um celular para ela e eles se separaram. Daí ele tomou o celular dela, foi pra Minas Gerais e voltou depois de três meses. Agora ele voltando, a menina que tem 25 anos, falou com o atual marido que o idoso tinha abusado das crianças e ai começou a guerra. Esse senhor nem do bairro era”.

+ Idoso acusado pela ex-namorada de estuprar crianças é morto a pauladas na Serra

De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Serra, a mãe das meninas inventou toda a história e incitou populares a espancar até a morte o idoso. Quatro pessoas foram presas pelo crime.

A mãe não vai responder pelo homicídio, pois não participou efetivamente do homicídio. Ela responderá por denunciação caluniosa, cuja pena é de 2 a 8 anos de prisão.

Já os quatro presos, confessaram a participação durante depoimento e foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, com o aumento da pena pelo fato da vítima ser maior de 60 anos.

O idoso aposentado Antônio Batista da Fonseca, tinha 74 anos. “É importante salientar que fazer justiça com as próprias mãos constitui crime. Cabe ao Estado, não às pessoas, o poder e dever de punir. Além disso, decisões precipitadas podem gerar consequências graves e drásticas como neste caso. Um senhor de 74 anos foi morto de maneira covarde, brutal e sem dever absolutamente nada”, disse Sandi Mori.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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