Homem que matou o enteado na Serra é condenado a 33 anos de prisão

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Jessé da Silva Rangel foi condenado a 33 anos de prisão. Foto: divulgação

A Justiça condenou, nesta quarta-feira (22), Jessé da Silva Rangel, de 63 anos, a 33 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do enteado Cosme Eduardo de Jesus Nascimento, de 35. O crime ocorreu em agosto de 2022, na Serra, quando Cosme tentou proteger a mãe, que estava sendo agredida pelo companheiro.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o homicídio ocorreu no momento em que Jessé ameaçava a mulher com uma faca. Ao intervir para defender a mãe, Cosme acabou sendo morto com golpes de faca. Duas crianças, filhos da vítima, de 10 e 6 anos, estavam na residência e presenciaram o homicídio, vendo o pai caído e ensanguentado.

Os jurados decidiram condenar Jessé por homicídio qualificado contra o enteado e por lesão corporal contra a companheira, mãe da vítima. O MPES havia solicitado também a condenação por tentativa de feminicídio, mas o Conselho de Sentença entendeu que, apesar da agressão, o homem não tinha a intenção de matá-la.

Durante a sentença, a juíza declarou que Jessé demonstrou pouco apego a vida humana, além de privar os filhos do então enteado do direito de convivência com o pai, pois além das dificuldades psicológicas, as crianças sofreram dificuldades financeiras após a morte dele.

O Ministério Público informou que recorrerá da decisão, buscando o reconhecimento da tentativa de feminicídio, o que poderia aumentar a pena. Já a defesa informou que pretende solicitar um novo julgamento ou a redução da pena, alegando que Jessé teria agido em legítima defesa, após supostamente ser atacado pelo enteado com a faca.

Entenda o caso

Conforme noticiado pelo Tempo Novo, O crime ocorreu durante uma briga familiar na residência onde todos viviam. A própria mãe de Cosme acionou a Polícia Militar, relatando que o filho havia sido esfaqueado pelo marido, com quem vivia havia 15 anos em um relacionamento marcado por ameaças e agressões.

Segundo ela, Jessé se recusava a deixar a casa, mesmo após pedidos insistentes para que saísse. Após o assassinato, à época, a mulher declarou que preferiria ter morrido no lugar do filho.

Três dias após o crime, a mãe de Cosme registrou um boletim de ocorrência contra Jessé. Sem condições financeiras, ela afirmou não ter conseguido contratar um advogado para acompanhar o caso.

Foto de Guilherme Marques

Guilherme Marques

Guilherme Marques é jornalista e atua como repórter do Portal Tempo Novo.

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