Guanandi e Casaca: projetos valorizam tradição, cultura e meio ambiente na Serra

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Os devotos seguem em procissão até a mata, onde cortam uma madeira que será usada na confecção do mastro de São Benedito, padroeira da Serra. Foto: Arquivo TN/Edson Reis

Tramita na Câmara da Serra o Projeto de Lei – 993/2025, que cria o Programa Municipal de Preservação e Valorização do Guanandi (Calophyllum brasiliense), espécie nativa da Mata Atlântica e elemento central de uma das tradições culturais mais importantes do município: o mastro de São Benedito.

Segundo a proposta, do vereador Paulinho do Churrasquinho (PDT), o Executivo deve promover o plantio de mudas em áreas públicas e investir em parcerias com escolas, instituições ambientais e escolas para fortalecer a conscientização e o manejo sustentável.

Além de contribuir para o equilíbrio ecológico e auxiliar na recuperação de áreas degradadas, o Guanandi possui um papel singular na história e na cultura serrana. Isso porque, o mastro utilizado nos festejos de fim de ano na Serra, especificamente durante a procissão de São Benedito, é feito exclusivamente dessa espécie. Isso justifica o seu valor simbólico e patrimonial.

História:

A tradição remonta a um milagre de 1836, quando tripulantes de um navio negreiro naufragado foram salvos ao se agarrarem ao mastro, chegando vivos à praia. Desde então, rituais como a Cortada, Puxada, Fincada e Retirada do Mastro celebram a fé, a resistência e a força da comunidade negra, especialmente no dia 25 de dezembro, historicamente reconhecido como dia de folga dos escravizados.

Casaca:

As casacas estilizadas são uma parte da Festa de São Sebastião: na banda Recongo o instrumento toma várias formas com cara de santos e personagens. Foto: Fábio Barcelos

O pedetista também apresentou o Projeto de Lei que declara a Casaca, tradicional instrumento musical de percussão, como patrimônio histórico e cultural de natureza material do município da Serra. A proposta reconhece oficialmente a relevância do instrumento para as manifestações artísticas e folclóricas serranas.

A Casaca é confeccionada artesanalmente em madeira e está presente nas celebrações populares, especialmente nas festividades ligadas à tradição do congo e aos festejos de São Benedito. Ao propor o reconhecimento oficial da Casaca como patrimônio cultural material, o vereador destaca a “importância de proteger instrumentos, ritos e elementos que constroem a identidade serrana, garantindo que futuras gerações possam vivenciar a força das tradições que moldaram a história do município”.

A medida também fortalece políticas de educação cultural, preservação e promoção do turismo, ampliando a visibilidade das manifestações artísticas locais.

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Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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