
Após a divulgação do caso de um pombo com sintomas de gripe aviária em Costa Bela, na Serra, a família que teve contato com o animal foi colocada em quarentena. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), da Secretaria de Saúde da Serra, informou que a família passará por uma consulta médica para determinar os procedimentos a serem adotados.
Os moradores serão acompanhados por equipes da Saúde da Serra durante 10 dias e, caso apresentem sintomas, serão testados.
Conforme informado pelo Jornal Tempo Novo na segunda-feira (19), a situação gerou preocupação entre os moradores, pois a gripe aviária pode ser transmitida de animais para humanos. Até o momento, um caso confirmado da doença foi registrado em animal silvestre na Serra.
Apesar dos esforços da família em relatar o caso às autoridades competentes, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), responsável pelo resgate do pombo, não realizou a intervenção. José Maria, morador da residência afetada, relatou a falta de retorno por parte do Idaf e a angústia de ter o animal doente em seu quintal durante a noite.
A comunidade de Costa Bela também demonstrou indignação com a situação já que não obteve retorno do IDAF, o que também não aconteceu.
Já a líder comunitária Daniele Curty denunciou a falta de resgate adequado por parte das autoridades, afirmando que o pombo continuou perambulando pelo bairro depois de deixar a residência.
“O pombo está com sintomas de gripe, e ficou agonizando dentro da residência. Eles instruem coisas que não podem ser feitas e não fazem o resgate necessário. Depois o bicho saiu de lá e continuou andando pelas ruas do bairro, podendo infectar outros animais ou pessoas, se tiver com a gripe aviária”, denunciou.
O que diz o IDAF?
Ao Jornal Tempo Novo, a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), por meio do IDAF, informou que não há registro de ocorrência de suspeita de influenza aviária na Serra nesse final de semana (17 e 18 de junho).
O texto da nota ainda reforça que a orientação é que as pessoas não toquem nos animais e aguardem a ação do órgão competente. Os registros devem ser feitos pelo e-Sisbravet, disponível no site do Idaf.
“Após a notificação, se a ocorrência for classificada como procedente, o Serviço Veterinário Oficial (que, no Espírito Santo, é o Idaf) procederá ao atendimento e, sendo um caso provável de influenza aviária, realizará a coleta da amostra e encaminhará ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)”, disse o IDAF.
Serra pede que moradores não tenham contato com animais suspeitos

A Prefeitura da Serra informou que, em casos de encontrar aves mortas ou doentes, o morador não deve ter contato direto ou recolher o animal. Ao encontrar animais doentes, o morador deve entrar imediatamente em contato com o IDAF, através dos telefones 99909-5825 ou 3636-3762.
Quando estiver em regiões de praia, o cidadão deve entrar em contato com o Projeto Monitoramento de Praias (PMP), através do 0800 039 5005. Ao avistar aves mortas, fora do litoral, deve-se entrar em contato com a Secretaria de Serviços da Serra, pelo telefone 3251-5879.
O que é a gripe aviária?
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a influenza aviária é uma doença caraterizada por ciclos pandêmicos ao longo dos anos. As consequências podem ser graves ao comércio internacional de produtos avícolas caso atinja aves de granja.
Até então desconhecida no Brasil, a doença foi detectada pela primeira vez no país no último dia 15 de maio desse ano no Espírito Santo. Como o diagnóstico aconteceu em aves silvestres, não compromete a condição de país livre de IAAP para o comércio.
Os vírus de influenza tipo A têm alta capacidade de mutação e por isso, se adaptam a novos hospedeiros com facilidade. Essa adaptação dos vírus de influenza aviária ao homem chegou a ser responsável por uma taxa de letalidade alta.
Por esse motivo, as autoridades acompanham de perto qualquer suspeita da doença. A transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar um grande risco para a população do mundo inteiro.
Sintomas da gripe aviária
É importante destacar que os sintomas da gripe aviária em humanos podem ser semelhantes aos de uma gripe comum, porém tendem a ser mais graves. Eles incluem:
- Febre alta (acima de 38 graus Celsius);
- Tosse (geralmente seca);
- Dor de garganta;
- Dificuldade para respirar ou falta de ar;
- Dores musculares ou corporais;
- Fadiga ou fraqueza;
- Dor de cabeça;
- Conjuntivite.
Problemas gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia, também podem ocorrer, embora sejam menos comuns.
Como evitar a doença?
Entre algumas medidas que podem ser tomadas para ajudar a evitar a propagação do vírus são:
- Evite contato direto com aves: principalmente para aqueles que trabalham com aves, como avicultores. Se o contato com aves não pode ser evitado, medidas de proteção pessoal, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), devem ser implementadas.
- Pratique a higiene pessoal: lave as mãos e cuidadosamente com água e sabão, especialmente depois de estar em contato com aves ou em um ambiente avícola. Evite tocar a boca, nariz ou olhos com as mãos não lavadas.
- Cozinhe bem os alimentos: cozinhe completamente todas as aves e ovos. O vírus da gripe aviária é sensível ao calor e é destruído por temperaturas de cozimento (70°C no centro do produto).
- Evite o contato com superfícies contaminadas: o vírus pode sobreviver em superfícies, especialmente quando são frias e úmidas. Limpe e desinfete regularmente as superfícies, especialmente em áreas onde aves são mantidas.
- Procure atendimento médico imediatamente se tiver sintomas: se você desenvolver sintomas de gripe e teve contato com aves ou esteve em uma área onde a gripe aviária foi identificada, procure atendimento médico imediatamente.
Tive contato com animal suspeito, o que fazer?
As pessoas que tiveram contato com as aves diagnosticadas com a gripe aviária (vírus H5N1) devem ser monitoradas e manter o isolamento social se apresentarem sintomas gripais pelo período de dez dias a partir do contato com a ave contaminada ou com suspeita de contaminação.

